Projeto em granjas de suínos consegue recuperar 70% da água dos efluentes dos animais

Publicado em 24/03/2021 15:28
Pesquisa realizada no IZ de São Paulo deve entrar em nova fase para viabilizar tratamento da água de reúso para utilização em irrigação e para animais
Simone Raymundo de Oliveira - Pesquisadora Cientifica do Instituto de Zootecnia

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Entrevista com Simone Raymundo de Oliveira - Pesquisadora Cientifica do Instituto de Zootecnia sobre Suíno Pata Verde IZ

 

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Um sistema instalado em granjas de suínos que inicialmente começou a ser utilizado em pesquisas do Instituto de Zootecnia (IZ) de São Paulo para checagem de perda de nutrientes dos animais, foi ampliado, e agora transforma um passivo ambiental em ativo para o produtor rural.

Conforme explica a pesquisadora da instituição, Simone Raymundo de Oliveira, a partir dos efluentes coletados das granjas é possível obter adubos, energia vinda do gás metano após a digestão dos excrementos e, no final, recuperação de 70% da água. 

"Essa água sai em uma qualidade superior ao que imaginávamos que seria inicialmente. Por enquanto, o uso dela não é permitido para estabelecimentos com animais vivos, mas uma nova fase da pesquisa seve iniciar até a metade deste ano para tornar viável a utilização da água de reúso em irrigação e granjas", disse.

Além da recuperação direta da água após o tratamento dos efluentes, Simone explica ainda que o monitoramento da perda nutritiva dos animais também é uma forma de preservação da água. "É possível saber se há desperdício na alimentação, e o alimento que é fornecido para os suínos também tem uma pegada hídrica", explicou.

O projeto do sistema é 100% brasileiro, e os equipamentos são todos fabricados no Estado de São Paulo, o que diminui os custos de manutenção para os suinocultores paulistas que apostam no projeto. O custo de implantação, segundo a pesquisadora, não ultrapassa 8% do faturamento anual da granja, e o investimento "se paga" entre 24 a 30 meses. 

A etapa do tratamento da água de reúso que está por vir também deve ser de baixo custo, de acordo com a pesquisadora. "Espera-se que no futuro, essa preocupação em não poluir, ao invés de remediar o dano ambiental, funcione como um fator que agregue valor à mercadoria do produtor rural", afirmou.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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