Produção de frango no RS pode diminuir entre 15% a 30% para driblar custos de produção, aponta Asgav
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Entrevista com José Eduardo dos Santos - Presidente Executivo da ASGAV sobre o Custos de Produção na Avicultura
Em virtude dos altos custos de produção, os setores de avicultura de corte e de postura do Rio Grande do Sul devem reduzir a produção para evitar maiores prejuízos, segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos. Segundo ele, as proporções de recuo vêm sendo comunicadas pelas agroindústrias à associação giram entre 15% a 30%, e algumas apontam a possibilidade de paralisar temporariamente as atividades.
De acordo Santos, atualmente o Estado abate, em média, 68 milhões de aves por mês, e estas medidas podem diminuir entre 10 milhões a 20 milhões de aves abatidas por mês. Já para o setor de ovos, ainda não há uma estimativa de quanto a produção deva encolher.
O presidente da entidade aponta que atualmente, com a saca de milho custando entre R$ 83,00 a R$ 85,00, e a tonelada do farelo de soja entre R$ 2.800,00 a R$ 2.900,00, há um prejuízo em torno de R$ 1,50 para cada quilo de frango resfriado, e para os ovos, os custos praticamente "empatam" com o preço da caixa com 30 dúzias.
"Pedimos ao Governo Federal a retirada temporária de PIS/Cofins na importação de milho e também a liberação de importação de milho produzido nos Estados Unidos de uma variedade que não é permitida aqui no Brasil, sob o compromisso de somente ser utilizado para a produção de rações. Ainda não tivemos uma resposta para a solicitação, que está sendo analisada", disse.
Santos afirma que não há um período definido de duração dessas medidas de redução na produção, e que isso vai depender de medidas de contingenciamento adotadas pelo Governo Federal.