Chineses devem garantir logo novas compras de suínos do BR depois da sobretaxa ao produto dos EUA
A China anunciou a retaliação a 150 produtos importados dos Estados Unidos. Dentre eles, está a carne suína, que deve ser taxada em 25%. O Brasil já é um grande fornecedor mundial desse produto e agora, com a taxação, deverá encontrar novas oportunidades neste mercado, como destaca Ricardo Santin, vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo Santin, os Estados Unidos venderam 275 mil toneladas de carne suína para os chineses no ano passado. Esse grande espaço poderá ser utilizado, em parte, pelo Brasil, já que o produto nacional continuará em mesmo nível de preço - que já era competitivo.
O Brasil, no momento, está banido de vender para a Rússia, que consome um produto parecido. Agora, "vamos utilizar os canais abertos para ampliar os volumes de venda", aponta o vice-presidente em relação aos chineses.
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Esse efeito, embora as primeiras vendas devam ser feitas nos próximos 15 dias, deve começar a ser sentido entre dois a três meses. Hoje, o mercado de suínos brasileiro está pressionado, em função do aumento especulativo do milho e do embargo russo, este que deve começar a ser normalizado dentro de um mês.
As exportações brasileiras para a China foram de 40 mil toneladas no ano passado, uma queda em relação a 2016. Esperava-se que o aumento fosse de 10% ou mais para 2018. Contudo, o embargo aos norte-americanos abre uma nova janela para que essa porcentagem seja ainda maior.
Na concorrência com o Brasil, a comunidade europeia, que já é uma grande exportadora de suínos para a China, também deve entrar nessa disputa. Mas, como aposta Santin, "o Brasil tem condições de competir".