Demanda por carne suína segue abaixo do esperado e reação nos preços ao produtor fica mais difícil. Atividade segue no vermelho

Publicado em 14/10/2016 12:58
Enquanto produtor independente no RS embolsa R$3,40/kg vivo do suíno, custo de produção gira em torno de R$4,00

Apesar da perspectiva positiva para a cadeia suinícola no último trimestre do ano, os preços do animal vivo evoluem com dificuldade e os produtores ainda trabalham no vermelho.

Pela quarta semana consecutiva, no Rio Grande do Sul, os preços ao suinocultor independentes permanecem em R$ 3,92/kg, posto indústria. E para os integrados o valor de comercialização também está estagnado em R$ 2,96/kg.

Conforme explica o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, no caso dos produtores não verticalizados os preços chegam "na granja em torno de R$ 3,30 o quilo", ao passo que os custos estão em "R$ 4,00 o quilo, já que os animais entregues hoje foram engordados com milho de R$ 48,00 a R$ 50,00 a saca."

A expectativa de que a partir de outubro houvesse recuperação da demanda e consequentemente nos preços não vem se confirmando, uma vez que as agroindústrias relatam "a dificuldade dos consumidores em pagar mais que os atuais preços ofertados na proteína", destaca Folador.

A oferta de animais, por outro lado, também está acima da atual demanda prejudicando elevações nos preços do animal vivo. Segundo Folador a produção deve fechar o ano de 6% a 7% superior aos 12 meses anteriores, além disso, ao longo de 2016 o peso médio dos suínos abatidos também é superior.

Para o presidente "o ano só não tem sido pior em função do grande volume de exportação, - mesmo com preços internacionais em baixa." Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o país exportou 63,0 mil toneladas de carne suína in natura em setembro, volume recorde no ano.

Insumos

A cadeia produtiva comemora a decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), - órgão do governo vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação -, que aprovou a importação de três variedades de milho transgênico dos EUA. A medida deve reequilíbrio da oferta interna do insumo até a entrada da safra de verão em janeiro/fevereiro 2017.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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