Com produção menor e demanda aquecida, preços do leite pagos ao produtor sobem em março; média é de R$ 0,894/litro
Depois de seis meses consecutivos de queda, março apresentou recuperação de 1% em relação ao pagamento de fevereiro. O produtor recebeu R$0,894 por litro, valor que remunera a produção entregue em fevereiro.
No entanto os preços pagos aos produtores estão 6,6% menores na comparação com a média do mesmo período do ano passado.
"O mercado está trabalhando em patamares mais baixos, não só para o produtor, mas no próprio atacado de produtos lácteos temos um patamar de preços variando de 4% a 10% abaixo da comparação anual", explica Rafael Ribeiro, zootecnista da Scot Consultoria.
A baixa produção desde dezembro de 2014 e uma ligeira melhora no consumo, deram sustentação aos preços de março, mas o mercado "trabalha ainda com um cenário de pouca expectativa positiva para o aumento de consumo neste ano", explica Ribeiro.
Segundo ele, a expectativa é de baixa oferta no longo prazo, colaborando para novas altas nos preços e consequentemente ajustando as margens do produtor. "Mas cabe destacar que alguns itens estão mais caros neste ano, como alimentação, fertilizantes e combustíveis”, declara. Contudo, esses insumos relacionados diretamente ao dólar, não devem ter uma queda tão imediata mesmo com a desvalorização recente do dólar.
Para o pagamento de abril, 52% dos laticínios acreditam em altas nos preços, 44% estimam estabilidade e apenas 4% esperam uma queda, segundo levantamento da Scot Consultoria.
Segundo Ribeiro, durante todo o ano de 2015 os preços devem ficar abaixo dos praticados em 2014, haja vista que o mercado atacadista também não consegue preços maiores.
No mercado externo, países como Estados Unidos e Nova Zelândia, ofertaram um grande volume capaz de segurar os preços do leite em pó a US$ 3 mil a tonelada. "A expectativa é de o mercado se firmar no segundo semestre, no período de queda de produção dos países que fazem parte do cenário internacional", afirma Ribeiro.