Cenário de perdas nas lavouras pode levar feijão carioca à bater barreira dos R$ 300,00 em junho/julho

Publicado em 20/05/2021 11:10 e atualizado em 20/05/2021 11:47
Regiões como Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso sofrem com condições climáticas e produção de feijão nacional deverá ser muito impactada. Até mesmo a concorrência de áreas com soja e milho impactam na diminuição da oferta de feijão. Caminho agora precisa ser de estimular o produtor a produzir mais e fomentar outras variedades do grão
Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE

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Cenário de perdas nas lavouras pode levar feijão carioca à bater barreira dos R$ 300,00 em junho/julho

 

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O feijão é mais uma cultura que está sofrendo os impactos de estiagem em diversas regiões produtoras do Brasil. As lavouras do Paraná, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso estão sofrendo para se desenvolver a produção que era estimada em 1,980 milhão de toneladas de feijão carioca, o que já não era ideal e deverá ser menor ainda.

O presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), Marcelo Eduardo Lüders, aponta que isto deve levar à uma valorização do mercado nos próximos meses e elevar os atuais 260/270 reais do feijão carioca para R$ 300,00.

“Nós sabemos que, psicologicamente, os compradores resistem para bater os R$ 300,00. Em algum momento é possível que isso aconteça, na medida em que ficarem claras as quebras que estão acontecendo. Isso deve acontecer durante os meses de junho e julho. Só devemos ter entrada mais importante de oferta em agosto e setembro e, nesse período sim, pode haver um recuou nos preços de junho e julho”, aponta Lüders.

Outro ponto destacado pelo presidente é que nem mesmo essas valorizações dos preços estão estimulando os produtores à plantarem mais, já que muitas vezes acabam optando pela soja ou pelo milho que tem preços ainda mais altos atualmente.

Entre as estratégias para estimular essa produção estão a viabilidade de outras espécies de feijão como o Caupi, que nunca esteve tão valorizado e chega à até R$ 250,00 e o Rajado, que hoje já está acima dos R$ 400,00 e tem grande mercado tanto no Brasil como para exportação.

Outro programa desenvolvido pelo Ibrafe neste sentido será lançado no final deste mês de maio. O programa Semente Legal visa certificar e dar rastreabilidade para as sementes de feijão no Brasil. Com isso, os objetivos são garantir qualidade das sementes, elevar o potencial produtivo e fomentar pesquisas para melhorar a cultura a ampliar os potenciais produtivos cada vez mais.

“A semente pirata não banca a pesquisa. Nós precisamos chegar com o feijão carioca 75/80 sacas para mais produtores. Precisamos que a pesquisa eleve a produtividade do feijão caupi, que, se vendendo à R$ 150,00 é lucrativo, o que não vai acontecer se a pesquisa sobrar a produtividade? E isso é possível”, relata a liderança.

Confira a íntegra da entrevista com o presidente do Ibrafe no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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