Consumo em alta e oferta curta fazem feijão carioca trabalhar no patamar de R$ 300/sc
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Entrevista com Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE sobre o Mercado do Feijão
Os produtores de feijão, em suas diversas variedades, estão vendo os preços em patamares altos, em uma situação em que as margens de lucro são boas e dão tranquilidade ao agricultor, conforme explica o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders.
"Você tem sempre um piso e um máximo. Essa semana chegou a R$ 300 o carioca, e dependendo do feijão, em R$ 270, R$ 280, R$ 290. Mas o feijão nota 9 ou 9,5, de boa peneira, chegou a bater os 300 reais", explicou.
De acordo com ele, na quinta-feira (3), houve poucos negócios de feijão carioca e preto, este com valores entre R$ 260, R$ 270 no Paraná, R$ 280 R$ 285 na fronteira, e feijão caupi a R$ 270 o pingo de ouro na Bahia.
Lüders cita algumas razões para a alta nos preços, como o consumo dos estoques nos últimos 15 meses, redução da área plantada e problemas climáticos que prejudicaram a safra. Em contrapartida, o consumo está alto, tendo em vista a qualidade do feijão irrigado e o "fator Covid-19", com as pessoas cozinhando mais em casa e buscando consumir alimentos mais saudáveis.
Apesar deste bom momento, o presidente do Ibrafe explica que há certa preocupação, já que quando há uma aceleração forte nos preços no início do mês, esse movimento para em seguida, com uma redução na demanda.
"Você tem um nivelamento de preços e o consumidor não tem pra onde fugir. Esse é um momento histórico, ter os feijões em preços parelhos com muita possibilidade de manter sustentado, e não tem de onde importar. Por um lado comemoramos com os produtores, mas eles mesmo estão preocupados, porque quando há uma aceleração muito forte nos preços, você empurra o consumidor para experimentar outras coisas".