Entenda porque o preço do feijão carioca não reage e como a produção em MT está interferindo na formação dos preços
Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (IBRAFE), destaca que o mercado do feijão carioca não vem avançando em termos de preços, embora o produto esteja fluindo no mercado.
Ele aponta que este fator se deve aos ânimos com os altos preços do ano passado, que geraram uma quantidade de plantios de feijão não declarados. Assim, há feijão disponível em todas as principais praças do país.
O estado do Mato Grosso é o que mais amarga essa situação, com lotes de feijão de boa qualidade sendo vendidos a R$80 a R$90, enquanto em Minas Gerais paga-se de R$115 a R$120 pelo mesmo lote. O feijão carioca fica no mercado interno e tem dificuldade de competir com os outros estados. São Paulo, por exemplo, tem uma produção na qual os produtores conseguem obter lucro, já que grande parte das lavouras estão nas áreas nas quais o consumo é maior, enquanto Minas Gerais e Goiás também estão em situações mais confortáveis.
Lüders salienta a necessidade de apressar as pesquisas em torno do grão de bico, bem como um investimento para divulgar o feijão carioca em outros países, já que este, agora, possui uma maior capacidade de armazenamento.
A safra no Paraná possui alguns plantios em atraso. Contudo, este atraso irá ajudar em um escalonamento da saída da colheita e, consequentemente, em um melhor preço médio daqui para a frente.
Para os produtores, ele aconselha a fazer uma comercialização "com calma", escalonando as vendas. Ele alerta também os produtores de Minas Gerais e Goiás sobre o aumento da área do feijão caupi.