Análise molecular agiliza processo de melhoramento genético do feijoeiro. IAC avança nas pesquisas de variedades resistentes
Luciana Lasry Benchimol Reis, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e especialista em análise molecular, conta ao Notícias Agrícolas um pouco do que tem sido feito para acelarar as pesquisas relacionadas ao feijoeiro.
Ela destaca o método de marcadores moleculares, algo que vem sendo trabalhado pelo IAC desde 2002 e, com a evolução da tecnologia, tornou possível o trabalho em cima de novos projetos em andamento para encontrar e manipular os genes de interesse. Essa tecnologia, segundo Reis, tem sido barateada e muito mais fácil de manusear, com uma amplitude grande de informações.
Para explicar o que são marcadores moleculares, ela faz a analogia de como encontrar o que se pretende em uma cidade grande como São Paulo. Cada segmento genético teria uma espécie de CEP . O marcador, portanto, "é como se você colocasse uma bandeira naquela região", conta a pesquisadora. "Toda vez que você tiver o marcador, vai ter aquele gene que você está procurando".
Este método "facilita e abrevia" o trabalho, de forma com a qual os pesquisadores podem encontrar a característica de interesse de forma mais fácil. No caso específico do feijoeiro, pesquisas em torno da linha de doenças, como a mancha angular, a antracnose e o fusarium têm o apoio dessa análise molecular com o auxílio dos marcadores. Além disso, também estão em andamento pesquisas relacionadas a variedades resistentes à seca e a altas temperaturas.
Como salienta Reis, a parte de doenças está bem adiantada, com uma seleção assistida sendo realizada para lançar materiais melhores no futuro.