Mercado do feijão no interior de São Paulo tem recuperação nos preços, mas ainda é cedo para se falar em tendência de alta
Marcelo Lüders, presidente do IBRAFE, destaca que os preços do feijão não têm evoluído em função de uma oferta maior de feijões de menor qualidade provenientes das safras do Paraná e da Bahia, que foram dados como perdidos anteriormente.
Essa oferta não contabilizada, geralmente, não é declarada pelos produtores. Por isso, não é possível saber o que há de estoques disponíveis nestes locais.
Com isso, as pequenas empresas estão vendendo bem seu feijão no mercado. As redes de supermercado também relatam que não houve uma queda na venda de feijão - o volume, entretanto, foi acrescido pelo crescimento vegetativo da população.
Os preços giraram em torno de R$100 a R$110 em Minas Gerais e em Goiás. No estado de São Paulo, de ontem para hoje (20), voltou-se a pagar R$130 pela mercadoria recém-colhida. Por outro lado, a safra do estado também enfrenta um receio em relação às chuvas.
O Paraná, que planta a sua primeira safra de feijão, vem alcançando bons resultados, com chuvas dentro da normalidade. Ano a ano, a área total dessa safra diminui. Neste ano, a área é de 8% a 10% menor em relação ao ano passado.
Contudo, o atraso no plantio do estado pode aparecer no mercado em forma de uma concentração de oferta na saída desse feijão das lavouras.
Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses
O IBRAFE faz parte do Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses, que foi criado nesta semana. Segundo Lüders, esse conselho, que conta com uma reunião de entidades relacionadas, mostra um avanço na organização, estruturação e evolução desse mercado de feijão, adotando um perfil mais político para agir em Brasília de acordo com os interesses do setor.