Momento de reposição dos estoques de feijão está atrasado mas pode acontecer a qualquer momento e produtor tem que ficar atento
Marcelo Lüders, presidente do IBRAFE, destaca que a semana tinha uma expectativa de uma demanda mais forte por conta do feijão. Entretanto, essa expectativa não se concretizou até o momento.
Isso se deve ao fato de que os especuladores aproveitaram o momento no qual os preços apresentaram uma queda razoável. Do outro lado da gôndola, os consumidores também não têm aparecido, devendo voltar às compras após o recebimento dos salários.
Hoje, houve ofertas de R$120 por um feijão de boa qualidade - preço que os produtores não aceitaram. Além da entrada dos salários, o feriado deve impulsionar o fluxo dos supermercados. Portanto, os empacotadores devem entrar comprando em algum momento.
Ele alerta os produtores para o fato de que as grandes altas no mercado são cada vez mais raras. Portanto, a recomendação é fazer as contas e, a partir do momento em que os preços compensarem para o negócio, vender o produto. Neste momento não há ambiente para explosão de preços, como salienta Lüders. Neste momento também é possível ter um pouco mais de tranquilidade, porque existe consumo e a demanda é substancialmente maior do que o estoque.
Os preços giraram em torno de R$120 a R$125 em Goiás, R$120 a R$130 em Minas Gerais, R$130 a R$140 em São Paulo e R$90 a R$100 no Mato Grosso - estado que enfrenta dificuldades por conta da logística, da qualidade do feijão e do ICMS.
Com a volta das chuvas, o Paraná também avançou no plantio e chega a 50% da área plantada. Contudo, esse feijão deve entrar no mercado apenas no final de janeiro. Não deverá haver uma concentração muito acentuada de oferta, que pode nem ser percebida durante o mês.