Feijão: Safra se normalizando no Brasil e demanda mais retraída limita avanço dos preços; média anual do carioca em R$ 163/sc
Jonathan Pinheiro, analista da Safras & Mercado, destaca que o mercado do feijão vem de algumas temporadas atípicas e, agora, essa temporada se ajusta, mudando a realidade dos preços que são praticados no mercado. Muitos produtores foram atraídos por um clima favorável e uma safra cheia. Assim, o cenário é de preços baixos, mas ainda acima da média histórica.
Essa concentração de oferta no momento está dentro da normalidade. Porém, a demanda acabou sofrendo uma queda em decorrência dos preços praticados no ano passado e ainda não retornou à realidade, o que vem impedindo uma maior possibilidade de alta dos preços. Por outro lado, também não há espaço para queda no mercado.
A dificuldade de repassar preços para o consumidor dos varejistas é um dos fatores que mais vem afetando essa demanda. Com a entrada da terceira safra, pode ser que o preço fique um pouco mais ajustado ao cenário de oferta e demanda.
No curto a médio prazo, o ingresso da terceira safra no mercado pode pressionar os preços e derrubar a média atual. Pinheiro acredita que é difícil os preços cederem abaixo dos R$100.
Caso haja alguma adversidade climática nas próximas safras, esse cenário pode ser totalmente diferente. Uma quebra pequena já pode trazer uma queda para os preços.
Neste cenário, os produtores ainda podem encontrar preços atrativos. Contudo, os produtores que arriscaram apenas uma pequena área na cultura não devem voltar a plantar na primeira safra, o que justificaria uma queda de área.
O carioca tem uma média de R$150/saca neste momento. Para o feijão preto, a média é de R$160/saca.
O mercado de feijão preto, por sua vez, tem uma oferta menor e uma liquidez menor. Consequentemente, também há uma demora maior para responder às variáveis. A liquidez fraca e uma demanda reduzida trazem, entretanto, um viés de baixa para este mercado.