Pesquisa do feijão em SC disponibiliza nova variedade de carioca com elevado rendimento industrial e tolerante a antracnose

Publicado em 07/08/2017 14:12
Variedade de feijão carioca SCS205 - Riqueza já começa a ser plantada em maior escala na próxima safra das águas em SC

Sydney Antônio Frehner Kavalco, pesquisador da EPAGRI, conta que, há mais de 20 anos, vem sendo desenvolvido um trabalho de pesquisa em torno de variedades de feijão no estado de Santa Catarina, que é um dos 10 principais estados do Brasil em torno de área plantada da leguminosa e um dos cinco principais produtores.

Neste ano, há duas variedades à disposição para os produtores: a SCS204 - Predileto, uma cultivar de feijão preto e a SCS205 - Riqueza, cultivar de feijão carioca, que conta com grãos com uma massa mais elevada. Ambas as cultivares serão distribuídas pela Cooperalfa, sendo 150 sacas de Riqueza e 500 sacas de Predileto à venda. Nos próximos anos, a disponibilidade deve aumentar, dependendo do volume que o parceiro consegue multiplicar para disponibilizar aos produtores.

Além de Santa Catarina, outros estados já receberam ensaios nas principais instituições de pesquisa, como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Goiás. Nos próximos anos, essas áreas também devem receber os cultivares e colaborar para aumentar a quantidade de área ocupada. O pesquisador salienta que a cultura do feijão tem um investimento e um retorno melhor do que a cultura da soja, embora seja um pouco mais intolerante a intempéries climáticas e tenha um desenvolvimento radicular menor.

Ele conta que, dentre os diferenciais do Predileto, está um alto potencial de rendimento de grãos. Em ensaios, o rendimento chegou a 5500kg por hectare. Nas lavouras, de 3500kg a 4000kg por hectare. No Riqueza, o rendimento chegou a 5000kg em ensaios e de 2500 a 3000kg na recomendação de cultivo. A variedade de feijão carioca também tem resistência às várias raças de antracnose, resultando em menor aplicação de defensivo e maior rentabilidade, além de um rendimento industrial de 90%.

No pós-colheita, o Riqueza pode ser estocado de 3 a 6 meses. O tempo de cozimento é de 21 minutos, o que também se aplica ao Predileto, com 21% de proteína no grão, enquanto o Predileto possui 23%.

A pesquisa continua visando obter melhor qualidade de grãos, levando em conta fatores como o tamanho do grão, a cor do fundo e a resistência a doenças, sendo a antracnose a principal delas.

Mais informações podem ser obtidas no site do Epagri (www.epagri.sc.gov.br) ou diretamente com o pesquisador, no telefone (49) 2049-7510.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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