Feijões Caupi, Vermelho e Rajado tem mercado garantido para exportação, inclusive com garantia de preços e negócios antecipados
Leandro José Antônio, diretor da Cebal Agriculture, conta que trabalha há alguns anos com a exportação de grãos especiais, dos quais o feijão é o maior representante. Há um mercado ativo, uma vez que o mundo consome feijão dos mais variados tipos e das mais variadas formas.
Por questões culturais, o Brasil foca na produção de feijão carioca. Entretanto, o mundo demanda outros tipos de feijão, até mesmo alguns que são consumidos no país, como o vermelho, o rajado e o caupi.
O mercado existe, desde os feijões mais comuns até os feijões considerados "gourmet". Porém, o Brasil não consegue atender em quantidade esse mercado que existe lá fora, como aponta Antônio.
O trabalho da Cebal Agriculture vem sendo feito em cima de algumas parcerias, incentivando esse plantio e garantindo escoamento e preços futuros para o produtor.
Há dificuldades, já que, em anos de feijão carioca valorizado, os produtores não desejam plantar os feijões de exportação. Ele destaca, portanto, que os feijões para exportação possuem preços fixos e que remuneram o produtor, garantindo rentabilidade. Para o diretor, a ideia é que os produtores continuem plantando o feijão carioca, mas que diversifiquem.
O Brasil já é reconhecido no mundo por conta do feijão caupi, que é comercializado principalmente em países do Oriente Médio e da Ásia. Há um mercado ativo, com um histórico de quatro a cinco mil contâineres por ano, representando quase 1 milhão de toneladas. Se houvesse um excedente no mercado brasileiro, ele também poderia ser vendido.
Para o feijão vermelho, o mercado ainda não é muito explorado, mas alguns negócios já vem sendo feitos em alguns locais como a Europa e a Índia. Muitas vezes esse produto é importado da Argentina para atender o mercado interno brasileiro. Para exportação, o produto poderia ser vendido a R$150 a saca.
Já no feijão rajado, o Brasil participa mais como importador do que como exportador, uma vez que a produção é pequena e não abastece o mercado interno. O produto é bastante valorizado na Europa, nas mesmas faixas de preço do feijão vermelho.