Demanda abaixo da expectativa pelo feijão de qualidade limita movimento de alta em momento de oferta restrita
O mercado do feijão está trabalhando com baixa demanda e oferta restrita. Preços variando entre R$ 140,00 a R$ 160,00 a saca para os produtors de boa qualidade.
"O produtor com razão, esperou um pouco para vender mercadoria depois do carnaval, afinal todos os indicativos de que com a volta das férias a rotina poderia trazer novamente o consumo ao normal. Só que o empacotador também viu o mercado assim e comprou um pouco mais de produto, e os supermercados também, só que eles não venderem tão rapidamente como era esperado", declarou Marcelo Lüders, consultor da Correpar.
Além disso, os impactos da crise econômica restringiram o poder de compra do consumidor, dessa forma, o consumo reduziu e a população opta por um produtor de segunda qualidade. "Nos próximos dois meses haverá mais demanda, os números apontam para um demanda maior do que a oferta, afinal de contas está terminando a colheita da primeira safra. Mas volume mesmo só em meados de maio", ressalta Lüders.
Com isso, os preços devem ficar pressionados pela demanda maior que a oferta, no entanto, a crise econômica do país pode gerar novos impactos.
Já para a segunda safra 2015/2016, a expectativa é de uma média alta de produtividade, oscilando durante o ano e com bons preços. "Mas bom preço não é 200 reais, bom preço é pagar os custos, e ter uma margem que remunere o investimento na terra e o trabalho do produtor", explica o consultor. Hoje, o preço praticado só remuneram o produtor em casos de maior produtividade, "tem produtores reportando que tirou 5 sacos por hectare, quer dizer não pagou nem o diesel".
Para ele, 2015 se configura como o ano do feijão, "a diversificação esse ano é muito mais para o aprendizado e para se proteger do que pode acontecer nos próximos anos, tendo o mercado da exportação na mão, do que necessária a diferença - como aconteceu o ano passado - entre ter lucro ou perder tudo", declarou.
Lüders alerta para a diversificação através do feijão vermelho - produto resistente a doenças e que não perde a cor - com uma comercialização muito boa na casa de R$ 170,00 a R$ 180,00 a saca. Para esse tipo de produto no mercado "tem a demanda interna, e à medida que aumentarmos vemos grandes possibilidades para esse feijão, que especificamente esse ano tem um bom mercado internacional", conclui.
Fórum 2015
A Imbrafe (Instituto Brasileiro de Feijao e Pulses) em parceria com a Correpar, realizam o Fórum Brasileiro de Feijão 2015, que acontecerá nos dias 24 a 26 de junho em Foz do Iguaçu, com a participação de analistas nacionais e internacionais.
https://www.forumfeijao.com.br/