No PR, vendas de milho e soja estão paradas devido à greve dos caminhoneiros
Nesta terça-feira (3), não há pontos de bloqueios nas estradas federais e estaduais no Paraná. Em muitas regiões, os caminhoneiros aguardam o resultado da reunião com os representantes do governo, para tomar uma medida. Desde o último dia 13 de fevereiro, os grevistas protestam contra o aumento no óleo diesel e o valor pago pelos fretes.
Apesar da calmaria, a manifestação já deixou reflexos para a agricultura paranaense. Em Goioerê, as vendas de soja e milho recuaram, consequentemente, os valores da saca de ambos os produtos baixaram. No caso da oleaginosa, o valor caiu R$ 1,50, para R$ 57,00, já o milho, o recuo foi de R$ 0,30, com preço de R$ 20,70 no balcão da cooperativa.
“Precisaremos de no mínimo 10 dias para colocar a casa em ordem. O óleo diesel está chegando aos poucos, assim como os insumos, que algumas cooperativas estavam sem os produtos. Inclusive, na cidade, a prefeitura ia fazer uma ação contra dengue, mas foi adiada devido à falta de óleo diesel”, destaca o presidente da Aprosoja PR, José Sismeiro.
No município, com o apoio das lideranças sindicais e da Aprosoja PR, a greve foi mais ordeira e pacífica. Os caminhoneiros permitiram a passagem de carretas com carga viva, leite e ração aos animais. Na semana anterior, em algumas cidades paranaenses, os produtores foram obrigados a jogar o leite fora e os animais morreram em decorrência da falta de alimentos.
“Em cada cidade, cada ponto, há um modo de agir. Essa não é uma greve coordenada, mas, nós apoiamos o movimento, temos que exigir um país melhor. E é preciso lembrar que tudo isso é consequência da inexperiência e corrupção do Governo, não souberam administrar o país”, afirma.
Energia elétrica
A partir desta segunda-feira (2), os brasileiros estão pagando mais caro pela energia elétrica. No caso do Sul do país, o reajuste foi de 28%. O presidente da entidade ressalta que, mais essa conta irá pesar nos custos de produção, especialmente, para as granjas e produção de leite.
Safra 2014/15
Os produtores que fizeram o plantio da soja em setembro, logo após o término do vazio sanitário, registraram uma quebra de até 50% na produção. Cenário decorrente do clima bastante irregular observado nos meses seguintes. Já os que cultivaram a oleaginosa no final de setembro e início de outubro também tiveram perdas, de até 10%, conforme diz Sismeiro.
“Ainda temos as regiões de Guarapuava e Ponta Grossa, que irão iniciar a colheita. No entanto, as projeções de 17 milhões de toneladas do grão não deverão ser confirmadas. Acreditamos em uma safra ao redor de 15 milhões de toneladas nesta temporada”, afirma o presidente.
No milho, houve uma redução nos investimentos em tecnologia devido à relação desfavorável entre os custos de produção e os valores da saca do cereal. Além dessa situação, muitos produtores ainda não conseguiram finalizar a semeadura. “Na nossa região, o cultivo deveria ter sido finalizado há pelo menos 15 dias. Infelizmente, deveremos ter uma redução maior na colheita do milho safrinha em todo o estado do PR”, finaliza Sismeiro.