Pós colheita da soja no Brasil deve ter cenário complicado nessa safra após greve dos caminhoneiros

Publicado em 25/02/2015 09:42
Associação Brasileira de Pós Colheita: Gargalos da logística se agravam com greve dos caminhoneiros no Brasil. Déficit de armazenagem pode se acentuar e fluxo de produtos interrompido pode tirar renda do produtor rural.

Presidente da Abrapos (Associação Brasileira de Pos Colheita), Marcelo Álvares, afirma que greve dos caminhoneiros já afeta pós colheita de soja e pode haver problemas de qualidade no grão, por não colher no tempo correto e por conta da soja que está parada nas estradas. “Esse produto já era para estar na unidade, passar pelo processo de beneficiamento para ser armazenada no silo. E esse impasse tem que ser resolvido o mais rápido possível para evitar maiores prejuízos na pós colheita”, explica Álvares.

O Brasil tem uma capacidade de armazenagem limitada, e quando os caminhões começarem a voltar suas atividades pode gerar ainda mais problemas. De acordo com o Álvares, o país tem uma capacidade de armazenamento menor do que a produtividade, e a entrada de caminhões nas unidades armazenadoras será mais intensa que o normal, havendo necessidade de acelerar o processo para evitar que os caminhões fiquem parados na fila.

Em um levantamento realizado a cerca de um ano, o Brasil possuía uma capacidade de armazenagem de 140 milhões de toneladas, um crescimento que acontece ano a ano, mas de forma lenta. “O Brasil ficou muito tempo sem mexer nessa capacidade estática, e nos últimos anos nós fomos batendo recordes em cima de recordes e o armazenamento não consegue acompanhar a produção”, afirma Álvares.

Além disso, há um programa do governo de incentivo ao crescimento de capacidade estática, lançado em 2013, com o objetivo de investir em cinco anos R$ 25 bilhões na construção de silos, com taxas de juros subvencionadas pelo Tesouro, que passarão de 5,5% ao ano para 3,5%.

Já quanto à logística, segundo Álvares as rodovias são o principal gargalo para o transporte das safras. “Se formos às rodovias na região do MT, nesta época de safra, veremos a quantidade de soja que tem na beira da estrada devia as condições precárias, e desperdiçam o produto. Nós temos que cobrar isso das autoridades, ou na pior das hipóteses pedagear”, afirma.

 

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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