Preços do boi gordo se mantém estáveis com demanda fraca e oferta limitada de animais
Mercado do boi gordo segue travado, principais motivos são a oferta limitada, que restringe a compra dos frigoríficos, e o baixo consumo de carne, diminuindo a necessidade dos frigoríficos ofertarem mais pela arroba. Em São Paulo o preço do boi segue a R$ 143,50/@ desde o final de janeiro, sem sinalização de mudança para os próximos dias.
A explicação para a oferta reduzida, que vem acontecendo desde o ano passado, segundo Maisa Módolo Vicentim, analista de mercado da Scot Consultoria, foram as grandes participações de fêmeas no abate nos anos de 2011 e 2012. “Os bezerros que elas deixaram de produzir são os animais que estão fazendo falta hoje, tanto para reposição, quanto para o boi gordo”, explica.
Outro fator está relacionado à seca de 2014, onde muitos animais de pasto foram direcionados para o confinamento, adiantando a oferta dos bois de pasto que deveriam sair agora.
Para a analista, no médio prazo não há expectativas da saída de um grande volume de animais capaz de derrubar o preço do boi nos valores que eram praticados a um ano atrás. No entanto, em algumas regiões os frigoríficos conseguem completar as escalas com maior facilidade e isso acaba gerando um recuo no preço do boi, mas nada expressivo.
Já a demanda no consumo interno está em retração, não só por conta do final do mês, mas também por causa da crise econômica e da expectativa de aumento na inflação, diminuindo o poder de compra do consumidor. “Além disso, a carne subiu 20% no varejo, em relação ao ano passado, e isso acabou recuando também o consumo”, completou Vicentim.
Na exportação houve uma queda de 25% em janeiro deste ano, se comparado ao ano passado. E em fevereiro, de acordo com os dados preliminares da Scot Consultoria, na carne in natura aconteceu um ligeiro aumento em relação a janeiro, mas comparado ao mesmo período de ano passado os dados apontam uma redução de 28%, com esse volume sobrando no mercado interno.
No entanto, existe perspectiva que a partir do segundo trimestre deste ano grandes compradores como a Rússia retomem seu poder de compra, aumentando o volume de exportação nos próximos meses.
“O pecuarista que tem os animais, precisa verificar se eles estão prontos, se tem como segurar no pasto – porque agora vem o período de seca, embora esteja chovendo nas últimas semanas, o pasto demora a se recompor. De qualquer maneira a oferta está apertada e a tendência é de preços firmes ao longo do ano, então não tem porque o pecuarista segurar os animais deste momento” orienta Vicentim.