Greve dos Caminhoneiros: Em São José do Cedro/SC protesto tem apoio e adesão dos produtores rurais da região
Protesto na BR 163, em São José do Cedro (SC), tem mais de 350 caminhões parados. Há intervenções também em Maravilha e São Miguel do Oeste, onde só passam pelo protesto carros de passeio, ônibus e ambulâncias, nenhum tipo de carga é autorizado a seguir viagem. “O transporte está parado, seja de produtos perecíveis ou não. Desde quinta-feira eles foram avisados para não vir à região. E quem está na estrada passa até chegar à propriedade”, afirma Adelar Zimmer, presidente do Conseleite e Vice-Presidente Regional da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina). Na cidade de São Miguel do Oeste a manifestação já paralisou cerca de mil caminhões só nesta manhã.
De acordo com Zimmer, os produtores rurais se uniram ao manifesto e estão distribuindo uma pauta ao caminhoneiros com suas próprias reivindicações, sendo elas: retirada do imposto sobre o leite in natura, redução de impostos sobre os produtos derivados do leite e dos insumos utilizados na agricultura, redução no preço da energia elétrica, baixa no valor do combustível, diminuição na burocracia para o financiamentos de investimentos agropecuários, criação de um seguro agrícola e pecuário, investimento a juros zero pelo governo do estado para a implantação de energias renováveis nas propriedades – a exemplo do que já acontece com as cisternas de irrigação -, criação de uma compensação financeira ao produtor pela preservação da reserva legal, incentivo aos jovens agricultores para continuar em suas propriedades – como por exemplo ampliar o programa para compra de terra -, criar um plano de renegociação para as dividas rurais e retomar com urgência a duplicação da BR 163 e conservação da BR 282. “É um movimento único e uma boa oportunidade de mostrar as nossas necessidades”, complementou Zimmer. Além disso, há reivindicações específicas dos caminhoneiros, como a redução no preço do combustível.
Essas manifestações, segundo Zimmer influenciam diretamente na produção agropecuária do estado. “O produtor rural não está enviando leite para a indústria, na suinocultura e bovinocultura não estão recebendo ração. Tudo isso requer que as autoridades tomem uma decisão imediata, porque caso contrário o Brasil vai parar”, declara Zimmer.