Setor de rações vê impacto severo da crise econômica sobre a meta de aumentar a produção em 3% neste ano de 2015

Publicado em 23/02/2015 09:08
Rações: Apesar de custo favorável da matéria-prima, instabilidade econômica interna e externa ameaçam meta de crescimento da produção do setor em 2015. Demanda, no entanto, segue aquecida e papel do Brasil na produção de carnes segue crescente.

A crise econômica interna e internacional já ameaça a meta do setor de rações de autar sua produção em 3% em 2015. Embora o cenário seja favorável à demanda e os preços na matéria prima estejam mais baratos, a instabilidade econômica do país preocupa o setor.
De acordo com o Sindirações, do total produzido pela indústria em 2014, mais de 50% (37 milhões de toneladas) foram destinados ao setor de aves, seguido por 15,2 milhões de toneladas ao setor suíno e 8 milhões de toneladas para pecuária bovina. Considerando apenas o valor das matérias primas para a produção de ração, como milho e soja, o setor movimentou em 2014, cerca de 49 bilhões de reais. Para 2015, a projeção é de uma movimentação de 52 bilhões de reais.

Segundo Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindirações, a queda na produção industrial em mais de 3% no ano passado,  e o Boletim Focus apontando uma continuidade nesta queda para esse ano preocupa. “A indústria puxa o setor de serviços, e neste ano o que pode ajudar a economia é a pecuária que tem expectativa de crescimento de 2%”, acrescenta. Ainda, a instabilidade gera preocupações com desemprego e pode diminuir o consumo doméstico. 

O Relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na semana passada, faz projeções para os próximos 20 anos e aponta um aumento anual de mais de 1% na demanda das três principais carnes (bovina, suína e frango), e também custos de produção como os menores dos últimos anos. Além disso, coloca o Brasil como determinante na possibilidade de atender essa alta de demanda. “O Brasil reúne praticamente todas as condições necessárias para a produção da proteína animal – mão de obra, clima, produtividade – além de considerar a baixa nos preços da agricultura, que favorecem a pecuária na diminuição dos custos na produção. Definitivamente o país tem condições, mas produzir no Brasil está se tornando praticamente inviável por conta da burocracia e tributos”, explica Zani.
  
Além disso, o pecuarista deve ficar atento aos preços do petróleo, que pode interferir diretamente na economia dos principais compradores de carne do Brasil, como a Rússia, por exemplo. “Nos já percebemos agora no começo do ano, tanto Rússia como países do Oriente Médio – que tem suas economias bastante dependentes da produção de petróleo, encontrando dificuldades e é um cenário que deve persistir por um bom tempo”, afirma Zani. Em algumas praças de comercialização de soja, por exemplo, o mercado interno está pagando melhor do que os preços para a exportação.

Greve dos Caminhoneiros

As manifestações dos caminhoneiros ainda não afetara o abastecimento de grãos, muito por conta da paralisação do carnaval, mas nas próximas semanas poderá haver prejuízos, pois os protestos ocorrem em regiões importantes para matéria prima.

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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