Frigoríficos recuperam parte das margens com venda de carnes mas situação ainda é pouco confortável o que limita novas altas para a arroba

Publicado em 10/02/2015 11:53
Frigoríficos recuperam parte das margens com venda de carnes mas situação ainda é pouco confortável o que limita novas altas para a arroba do boi

Pouca oferta de animais segue segurando o preço da arroba do boi gordo frente a uma fraca demanda do mercado interno. O que mudou nesse começo de fevereiro foi a recuperação de parte das margens por parte dos frigoríficos, com o leve aumento de venda de carnes. Para a Lygia Pimentel, consultora da Agrifatto, 2015 deve ser um ano difícil para o mercado. “A falta de oferta está acontecendo por dois motivos. O primeiro é porque não tem animais mesmo, reflexo das matrizes que foram abatidas em 2012 e 2013. O outro fator é o atraso seríssimo das chuvas, uma pluviosidade menor do que a média pra esse começo de ano. Isso está atrasando a entrada da safra e nós já estamos em um período que determina que a safra vai ter menos pasto. Quando der tempo de um animal ter engordado, que vai ser lá pra maio, junho, já vai estar entrando a seca de novo, não tendo tempo hábil pro preço do boi cair”.

Pra quem já tem o boi magro comprado desde o ano passado, uma alternativa seria antecipar o confinamento, assim como aconteceu no ano passado. Porém, para o segundo o semestre, a dificuldade deve ser o acesso ao crédito, consequência da piora na economia e do fim dos juros subsidiados. “Falando sobre a situação econômica é importante lembrar que o preço da reposição ainda continua muito caro. Enquanto o valor do boi gordo variou ano a ano em torno de 20%, o bezerro variou na casa dos 32%. Então, só olhando para a questão da oferta de animais, o produtor deveria fazer mais confinamentos, entretanto a dificuldade de acesso ao crédito e a reposição com altos preços dificulta todo o processo”.

Fazendo um balanço entre produção, demanda interna e exportação, a expectativa é de uma alta real de 6% no preço médio dessa entressafra em comparação com a de 2014. Porém esse cenário pode ser frustrado muito facilmente se o mercado interno decepcionar ou se acontecer problemas na economia mundial. 

Por: Lucas Mayer

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado
Confira a entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado
undefined