Frigoríficos recuperam parte das margens com venda de carnes mas situação ainda é pouco confortável o que limita novas altas para a arroba
Pouca oferta de animais segue segurando o preço da arroba do boi gordo frente a uma fraca demanda do mercado interno. O que mudou nesse começo de fevereiro foi a recuperação de parte das margens por parte dos frigoríficos, com o leve aumento de venda de carnes. Para a Lygia Pimentel, consultora da Agrifatto, 2015 deve ser um ano difícil para o mercado. “A falta de oferta está acontecendo por dois motivos. O primeiro é porque não tem animais mesmo, reflexo das matrizes que foram abatidas em 2012 e 2013. O outro fator é o atraso seríssimo das chuvas, uma pluviosidade menor do que a média pra esse começo de ano. Isso está atrasando a entrada da safra e nós já estamos em um período que determina que a safra vai ter menos pasto. Quando der tempo de um animal ter engordado, que vai ser lá pra maio, junho, já vai estar entrando a seca de novo, não tendo tempo hábil pro preço do boi cair”.
Pra quem já tem o boi magro comprado desde o ano passado, uma alternativa seria antecipar o confinamento, assim como aconteceu no ano passado. Porém, para o segundo o semestre, a dificuldade deve ser o acesso ao crédito, consequência da piora na economia e do fim dos juros subsidiados. “Falando sobre a situação econômica é importante lembrar que o preço da reposição ainda continua muito caro. Enquanto o valor do boi gordo variou ano a ano em torno de 20%, o bezerro variou na casa dos 32%. Então, só olhando para a questão da oferta de animais, o produtor deveria fazer mais confinamentos, entretanto a dificuldade de acesso ao crédito e a reposição com altos preços dificulta todo o processo”.
Fazendo um balanço entre produção, demanda interna e exportação, a expectativa é de uma alta real de 6% no preço médio dessa entressafra em comparação com a de 2014. Porém esse cenário pode ser frustrado muito facilmente se o mercado interno decepcionar ou se acontecer problemas na economia mundial.