Em Restinga Seca (RS), com o excesso de chuvas, lavouras de soja podem registrar quebra acima de 10%
Ao contrário de outras localidades produtoras do país, em Restinga Seca (RS), o excesso de chuvas tem sido uma preocupação aos agricultores. Somente no mês de janeiro, o volume acumulado ultrapassa os 300 mm e os reflexos desse cenário já podem ser observados nas lavouras de soja e arroz da região. O prefeito da cidade decretou estado de emergência em decorrência das precipitações.
De acordo com o produtor rural do município, Flávio Giuliani, o cenário atrasou o início do cultivo de ambas as culturas e, no caso da oleaginosa, alguns agricultores tiveram que fazer o replantio das áreas por até três vezes. “Temos um ano atípico, ao mesmo tempo em que as precipitações preocupam, por outro lado, algumas localidades não recebem chuvas há mais de 20 dias e isso afeta a cultura do grão”, afirma.
Frente às precipitações excessivas, o produtor destaca que, as plantas da oleaginosa não conseguiram aprofundar as raízes e com a recente ausência de chuvas, as raízes podem ficar expostas. Como consequência desse cenário, a produtividade das plantações deverá ficar abaixo da média dos últimos anos, ao redor de 55 sacas de soja por hectare.
“Na melhor das hipóteses, teremos perdas em torno de 10% na cultura da soja. Alguns produtores perderam 50% das áreas, a planta, que está florescendo deveria estar com 70 cm até 80 cm, mas estão com 30 cm de altura. Na região central do estado, a quebra também é grande”, ressalta Giuliani.
Em relação à comercialização, o produtor ainda sinaliza que, os agricultores estão cautelosos com os negócios. “Tivemos contratos em cerca de R$ 60,00, mas ninguém quer arriscar e não faz a negociação futura. Porém, como não havia procura, a oferta foi retirada”, acredita o produtor.
Arroz
Do mesmo modo, as chuvas excessivas também têm sido uma apreensão dos produtores de arroz. Com o clima úmido e pouco sol, o índice de brusone nas plantações está alto nesta temporada. Em média, os agricultores faziam 2 aplicações para controlar a doença, porém, nesta safra, as aplicações subiram para 5.
“Ainda não podemos quantificar os prejuízos, mas teremos perdas na cultura do arroz também. Já os preços do tipo 1 giram em torno de R$ 37,00 a saca”, finaliza Giuliani.