Perdas já contabilizadas de 10% na produção de café conilon no ES podem ampliar após estiagem de mais de 50 dias no estado
Há 50 dias sem chuvas e com altas temperaturas, quebra na safra de café já chega a 10% no estado do Espírito Santo. Para agravar o problema, a estiagem ocorreu no período de enchimento de grãos, quando a planta mais precisa de água.
“O Espírito Santo é o único estado brasileiro que tem uma expressiva produção de café arábica e conilon, inclusive somos o maior produtor de café conilon com 78% da produção nacional. Esse tipo de café está na região quente do estado e ano passado tivemos uma produção recorde com 9,9 milhões de sacas. A gente vinha aumentando a produtividade em 10% ao ano, mas a grande surpresa de 2015 está sendo o problema climático”, falou Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper.
Para o café produzir bem é preciso que haja um equilíbrio entre luz, água, temperatura a nutrientes. Contudo, já na florada do café, que aconteceu entre agosto e setembro ocorreu um desequilíbrio com temperatura muito baixa e vento muito forte. Isso resultou em menos frutos do que era esperado. Além disso, quando foi a época da formação do grão houve um déficit hídrico.
Mesmo com 50% das lavouras, 150 mil hectares, usando algum tipo de sistema de irrigação a produção não deixou de cair nessas propriedades. Isso porque a falta d’água obrigou esses produtores a não utilizarem a capacidade máxima dos sistemas de irrigação. “Associado às altas temperaturas e a grande insolação, os grãos de café estão queimando e entrando no processo de chochamento. Isso vai interferir não só quantidade de frutos, como também muitos desses frutos não vão se transformar em matéria seca”.