Farsul alerta para aumento no custo de produção para arroz, milho e soja com alta de energia elétrica e diesel
O custo da produção do arroz na próxima safra vai aumentar R$ 218 por hectare com a alta da energia elétrica e óleo diesel. Hoje, a produção custa R$ 5524,43, logo o aumento representa 4% do total. Para compensar essa perda, o produtor teria que colher seis sacos a mais por hectare. A Farsul alerta que os cultivos de milho e soja também devem ser afetados.
“Nós estamos alertando os produtores, porque a próxima safra 2015/2016 deverá ser plantada com um custo bem mais alto. Para calcular isso, nós pegamos o aumento de energia elétrica que aconteceu ano passado e os outros que estão por vir: ajuste do preço do Itaipu, fim dos subsídios do setor elétrico por parte do governo federal e o reajuste anual das distribuidoras”, disse Antônio da Luz, economista da Farsul.
Com a volta da Cide, as distribuidoras devem repassar o custo da taxa ao consumidor. A questão é que o preço do diesel na bomba, no Rio Grande do Sul, é calculado em cima de um barril de petróleo que as refinarias compravam a U$ 140. Hoje o barril está U$ 45. “Como as distribuidoras costumeiramente fazem, vão passando pra frente o problema até estourar em nós, por isso é um pleito que estamos encabeçando. Não é justo o preço da bomba que estamos pagando em comparação com o preço do petróleo que está sendo comprado. As refinarias estão tendo um lucro extraordinário nesse momento. Se a Petrobrás não está tendo a remuneração que deveria, não é culpa dos produtores rurais”.
A compensação na produtividade para arcar com os custos adicionais na próxima safra é impossível, na visão do economista. “Não temos como aumentar a produtividade de um ano pro outro em seis sacos. Por mais que a gente invista em tecnologia e em melhores práticas, não se tira seis por hectare do nada para pagar um rombo de energia elétrica. Esses seis sacos com certeza vão ser debitados da conta do produtor se assim as coisas continuarem”.
A saída para essa situação seria reverter o aumento da energia elétrica e do óleo diesel, além do produtor ficar atento aos centavos gastos na produção de sua plantação. “A primeira coisa que nós podemos falar aos produtores é que as entidades, não só a Farsul, não aceitam esses aumentos. Já entramos com pedido de audiência e estamos pleiteando: a volta do subsídio ao setor elétrico, quando a energia é gerada para o setor rural, e também que as refinarias absorvam o aumento da Cide. O que o produtor pode fazer é otimizar o uso da energia elétrica e do óleo diesel, porque atuamos em mercados que é nos centavos que as coisas se definem, então tudo o que puder fazer pra reduzir os gastos é válido”.