Soja: Em Itapeva (SP), perdas nas lavouras podem ficar acima de 50% em decorrência do clima adverso
As lavouras de soja podem registrar perdas de até 50% nesta temporada na região de Itapeva (SP). A situação é decorrente das altas temperaturas e o déficit hídrico, observados em boa parte do desenvolvimento da cultura. Porém, a quebra poderá ficar acima do esperado, caso as condições climáticas permaneçam, já que as áreas deverão ser colhidas a partir da segunda quinzena de fevereiro.
Para o presidente do Sindicato Rural do município, Dagoberto Mariano César, o cenário é desanimador e parte dos produtores já recorreu ao seguro agrícola. “Mas é um medicamento paliativo, apenas para amenizar a dor. Boa parte das lavouras é assegurada, porém, se pensarmos em uma produtividade de 60 sacas de soja por hectare iremos perder bastante e com os custos altos trabalharemos no vermelho”, destaca.
A situação é mais grave do que a observada no anterior, uma vez que as altas temperaturas dificultam a transpiração das folhas, conforme sinaliza o presidente. As condições climáticas adversas também dificultam a aplicação dos inseticidas e fungicidas nas lavouras e, consequentemente, o controle das pragas e doenças.
“Temos uma menor eficiência na aplicação dos produtos. E caso a situação persista, teremos mais perdas de umidade nas folhas, o que acaba favorecendo uma maturação forçada das plantas e as folhas caem. No milho, apesar de uma redução na área cultivada, as plantações enfrentam o mesmo cenário e a estimativa é de recuo nos rendimento”, afirma César.
Preços
Na localidade, poucos produtores efetuaram a comercialização antecipada. Fator que nesse momento é um alívio aos produtores, em função do clima que prejudicou o desenvolvimento da cultura. “Tínhamos valores entre R$ 55,00 a R$ 60,00, mas mesmo nesses patamares, iremos trabalhar no vermelho e sem recursos para investir nas plantações novamente devido às perdas”, acredita o presidente.
Trigo
Após a colheita da soja na região, os produtores deverão investir na cultura do trigo. “Mas, por enquanto, os produtores não estão animados, fazemos um esforço para projetar o que acontecer mais adiante”, finaliza César.