Com embargo chinês ao frango norte-americano, Brasil pode se beneficiar e se consolidar como principal fornecedor da China
A China pode se tornar a maior compradora individual de frangos do Brasil, depois de embargar os produtos dos Estados Unidos por problemas sanitários relacionados à influenza aviária. Se a produção nacional conseguir substituir perfeitamente o fornecimento que os EUA proporcionavam para a China, as perspectivas animam o vice presidente da divisão de aves da ABPA, Ricardo Santin. “Os americanos venderam, para a China, de janeiro a novembro de 2014, mais de 170 mil toneladas e receberam por volta de 225 milhões de dólares, então é uma bela oportunidade para o Brasil. Infelizmente, essa oportunidade decorre de um problema sanitário. Nós não festejamos a desgraça alheia, mas estamos aptos e prontos para substituir os Estados Unidos como fornecedor”.
“A elasticidade de produção da nossa cadeia é muito grande e essas mais de 170 mil toneladas seriam supridas. Nós só temos um pequeno gargalo que é a habilitação de novas plantas. Temos lá na China oito plantas esperando para serem habilitadas e quando isso acontecer a nossa produção pode chegar até 200 mil toneladas”.
Em relação a Rússia, espera-se que ela retome as importações, já que no final do ano passado houve uma desaceleração por causa do término de licenças para importação e pela desvalorização de sua moeda. “Com a situação já normalizada, a partir do mês de fevereiro serão emitidas novas licenças e o volume das exportações deve ser parecido com o ano passado”.
Portanto, as expectativas para as exportações durante o ano de 2015 são boas. “A gente tem perspectiva de abertura do mercado do Paquistão, Taiwan e Camboja, crescimento da China e manutenção das vendas pra Rússia. Muitos desses mercados estão sendo abertos devido a uma epidemia de influenza aviária que está atingindo diversos países do mundo, inclusive polos de produção de material genético. Isso faz com que o Brasil se torne uma solução para suprir a demanda por mercadoria”.
Diante desse fato, os protocolos de segurança contra a influenza aviária estão sendo reforçados e a ABPA recomenda a proibição de visitas às granjas de quem vem de fora do Brasil, tudo para manter os produtos brasileiros livres do vírus.