Safra 2014/15: Sem chuvas há mais de 18 dias e altas temperaturas, lavouras de milho no Oeste de Bahia já têm quebra consolidada de 30%
A estiagem e as altas temperaturas também castigam as lavouras de soja e milho cultivadas na região Oeste da Bahia. Mais ao sul da localidade, não chove há mais de 18 dias e ao norte, há microrregiões, nas quais, não houve precipitação desde o Natal. Com isso, a expectativa é de perdas na produtividade das plantações.
O engenheiro agrônomo da região, Armando Ayres de Araújo, explica que, a situação é caótica. No caso do milho, cultura que apresenta o cenário mais grave, as perdas podem superar 30% e ficar acima de 650 mil toneladas do grão. Na soja, cerca de 35% das áreas semeadas na segunda quinzena de novembro, são as que mais estão sentindo o clima irregular.
“Isso porque as plantas iniciaram o período reprodutivo, a quebra pode chegar a 450 mil toneladas nessa safra. E o que mais preocupa é olhar as previsões climáticas e não ter nenhuma previsão de voltar à normalidade nos próximos 8 a 10 dias. A cada dia, poderemos ter perdas de 42 mil toneladas de soja”, afirma Araújo.
Nesta temporada, a estimativa inicial era de uma produção ao redor de 4.880 milhões de tonelada, porém, com esse quadro, o volume colhido deve fica próximo de 4.400 milhões de toneladas. No milho, a produção pode recuar de 2.100 milhões para 1.500 milhões de toneladas nesta temporada.
No caso do algodão, como as áreas foram semeadas em dezembro, ainda não dá para confirmar perdas. Se houver chuvas nos próximos dias, as lavouras podem recuperar o potencial produtivo, conforme destaca o engenheiro agrônomo.
Em relação às pragas, o engenheiro sinaliza que, com o tempo seco, os produtores devem estar atentos às lavouras devido ao aparecimento do ácaro e da mosca branca. “O produtor deve realizar o monitoramento das lavouras. E outra situação que temos observado é que até o final da semana passada, tínhamos orvalho no início da manhã e nessa semana reduziu muito”, diz.
Comercialização
A saca do cereal é cotada entre R$ 25,00 a R$ 26,00 na região e o milho da safra anterior ainda está sendo comercializado, na soja, o mercado está parado. “Ninguém está querendo fechar negócio, em função da incerteza da produção e temos uma queda na Bolsa de Chicago e no dólar, isso é um desestímulo completamente à comercialização”, ressalta Araújo.