DA REDAÇÃO: No noroeste do Maranhão, 6 mil pessoas podem ser expulsas de suas casas para a criação de uma nova reserva indígena
No noroeste do Maranhão (MA), 1.200 famílias, em torno de 6 mil pessoas, correm o risco de serem expulsas de suas casas desde o último dia 1. A Funai está convocando o exército para realizar essa desocupação que envolve 4 municípios: São João do Carú, Newton Bello, Zé Doca e Centro Novo do Maranhão.
Na região já existem 3 áreas indígenas que somam quase 1 milhão de hectares e agora a Funai quer mais 300 mil hectares para colocar 33 índios da etnia Awá-Guajá trazidos de Roraima (RR). Por outro lado, os produtores possuem um documento da própria Funai, expedido no dia 2 de janeiro de 1990, o qual atesta que não foi constatado a presença física de índios ou de aldeamento indígena nessa área. Contudo, na Serra da Desordem, localizada na região, foi descoberto bauxita, urânio, caulim, gás natural e petróleo.
O produtor rural, João Augusto da Silva, afirma que os agricultores da região vivem um momento de terror: “Não temos mais perspectiva de vida porque a única coisa que nós temos são as terras e estamos correndo o risco de perdê-las sem indenização”.
De acordo com Silva, a Funai e a BPA não deixam os produtores plantarem, colocam fogo nos barracos e apreendem ferramentas. Com isso, os agricultores já não sabem mais o que fazer ou para quem apelar e só veem a perspectiva de ir para a beira das rodovias, assim como já aconteceu com produtores de outras regiões do Brasil.