DA REDAÇÃO: Bahia - Mobilização contra demarcações tem forte presença de pequenos agricultores e assentados do Incra
No Sul da Bahia, a manifestação dos produtores rurais contra as demarcações de terras indígenas no país foi tranquila e teve forte presença dos produtores familiares e assentados do Incra. Em Itamaraju, durante todo o dia, os agricultores bloquearam alternadamente as rodovias e distribuíram os panfletos explicativos.
De acordo com o produtor rural, Lindomar Lembranci, o movimento foi pacífico dentro do recomendado pela FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e da Senadora Kátia Abreu. “Houve um incidente, um funcionário de uma empresa de segurança privada estava passando pela rodovia e quis furar o bloqueio e ameaçou tirar a arma. O pessoal ficou meio exaltado e não deixaram o rapaz passar, mas foi uma coisa rápida”, afirma o produtor.
Ao todo, quatro localidades do estado são ameaçadas pelos conflitos agrários. Em Ilhéus, a Funai estuda uma área de 43 hectares para os índios Tupinambás, a situação envolve 20 mil pessoas, entre pequenos, médios produtores e assentados. Já em Belmonte, a entidade pretende demarcar uma área de 9.500 hectares para 65 índios, denominados Tupinambás de Belmonte. Cerca de 5 mil pessoas teriam que deixar suas propriedades.
Na região de Barra Velha, está em estudo a ampliação de uma reserva indígena já demarcada em 1992. Caso seja aprovada, a área passará de 8.627 hectares para 52 mil hectares. A situação atinge 150 propriedades, pequenas e médias, e parte do remanescente Parque Nacional de Monte Pascoal. Em torno de 5 mil pessoas também teriam que sair de suas terras.
“Em Prado são mais 30 mil hectares, sendo que 21 mil envolvem o Parque Nacional do Descobrimento. Se computarmos todos são 150 mil hectares de terras que seriam disponibilizadas aos indígenas”, relata o produtor.