Molion prevê clima favorável para a safra 2021/22 no Brasil , mas destaca risco de veranicos em regiões da BA, MG, TO e GO

Publicado em 20/08/2021 16:20 e atualizado em 23/08/2021 11:39
Metade Sul do RS também fica fora da rota das chuvas e exige atenção e cuidado dos produtores, principalmente para a adoção de práticas de preservação da umidade no solo
Luiz Carlos Molion - Climatologista

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Entrevista com Luiz Carlos Molion - Climatologista sobre o Clima

 

Nesta sexta-feira (20), o climatologista Luiz Carlos Morion concedeu entrevista ao Notícias Agrícolas e apresentou diversos detalhes sobre as condições climáticas que vão influenciar as chuvas no Brasil, tanto para a safra 2021/2022 quanto para os próximos anos.  

O primeiro ponto observado foi a condição de temperatura nos Oceanos. A região do Pacífico onde se formam os fenômenos El Niño e La Niña está em condição de neutralidade. O ponto mais animador para a chegada das chuvas é alta temperatura nas águas do Oceano Atlântico, entre o Nordeste brasileiro e África, de onde os ventos trazem umidade ao território nacional. Dessa maneira, as condições estão favoráveis para a safra 2021/2022. 

Porém, durante os próximos 10 a 15 anos, o deslocamento de massas de ar polares deve afetar a média de chuva no Brasil. De acordo com o climatologista, o planeta passa por períodos de 30 anos sob influência, ou não, de um movimento de massas de ar frio, originárias do Hemisfério Norte.  

A situação atual teve início em 2006 e deve permanecer assim até 2035. Nesses anos, durante o inverno do hemisfério Norte, Mato Grosso, oeste de São Paulo, Paraná, norte de Minas, sul do Rio Grande do Sul e oeste da Bahia passam por períodos de veranico mais frequentes, com chuvas abaixo da média. 

 

Volume de chuva pode ficar abaixo do esperado em alguns estados; em outros, a preocupação fico por conta do excesso

Outra forma para prever o volume de chuva esperado usada pela climatologista foi a comparação com o final de 2006 e início de 2007, em que as condições eram muito semelhantes às atuais. Portanto, deve chover abaixo da média em diversos estados do Nordeste, Goiás e Tocantins, além de parte de Minas Gerais e Mato Grosso. Em outros locais, como Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, a preocupação fica quanto a quantidade excessiva. 

Por mais que em algumas regiões o volume de chuva fique acima da média, a alta frequência de temporais também pode ser prejudicial para as lavouras. Conforme disse Molion, as camadas superiores da atmosfera estão com temperaturas mais frias do que o normal. Assim, as nuvens se desenvolvem mais e produzem pancadas superiores a 50mm, rajadas de vento que podem chegar a 100km/h, trovoadas, tempestades e, em alguns casos, granizo. 

 

Técnicas para reter água no solo são essenciais para enfrentar períodos de seca

Molion também destacou que, mesmo com chuvas dentro da regularidade, a planta pode não se desenvolver da maneira ideal, caso não consiga aproveitar os nutrientes do solo. Da mesma forma, a lavoura pode resistir ao período de seca, desde que a água seja bem aproveitada.  

Por isso, é necessário aproveitar a água do período chuvoso, para que a plantação suporte a seca. As técnicas indicadas pelo climatologista são: implantação de obstáculos para evitar declives, aumentar o teor de matéria orgânica no solo e fazer com que o sistema radicular da planta se desenvolva. 

 

Por: Aleksander Horta
Fonte: Notícias Agrícolas

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