Previsão para os próximos 3 meses do Agroclima confirma estiagem para a safrinha

Publicado em 12/03/2021 17:48 e atualizado em 14/03/2021 12:35
Entrevista com João Castro - agrometeorologista do Agroclima
João Castro - Agrometeorologista - Agroclima

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Governo estuda mudar zoneamento agrícola para 2ª safra de milho em 2022

SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Agricultura solicitou à empresa de pesquisa agropecuária Embrapa uma nova mudança metodológica no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o milho de segunda safra, que deverá ser apresentada ao Banco Central e às seguradoras no primeiro semestre deste ano, como proposta para a safrinha de 2022, informou a pasta em nota.

A alteração consiste na inclusão de mais um nível de risco nos estudos, o de 50%, além dos atuais patamares de risco, que vão de 20% a 40%.

A mudança deverá proporcionar um aumento nas janelas de plantio que, segundo o governo, pode fomentar a geração de novos produtos de seguro rural e Proagro.

"Essa proposta do Mapa (Ministério da Agricultura) se insere no esforço do governo para estimular o plantio do milho, tendo em vista a situação de oferta e demanda bastante ajustada prevista para o produto na próxima safra", disse o Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola da pasta, em nota.

A medida do governo veio em resposta às solicitações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de outras entidades por uma extensão da janela de plantio do milho segunda safra, após problemas climáticos que atrasaram a colheita da soja 2020/21 e, como consequência, afetaram a semeadura do cereal da safrinha.

O pleito do setor era de que a extensão do Zarc fosse válida já para o plantio desta temporada, mas o Ministério da Agricultura negou, abrindo o precedente de análise para implantação no ano que vem.

Em nota de esclarecimento divulgada nesta sexta-feira, a pasta destacou que o zoneamento agrícola não proíbe o plantio fora do período estabelecido-- ele é apenas um critério adotado para acesso aos programas Proagro e Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

"Ademais, alterações dos prazos de Zarc sem estudos técnicos que as fundamentem trazem riscos altíssimos para o Proagro".

Também em nota publicada nesta sexta, a CNA disse que vai acompanhar e auxiliar nas melhorias necessárias do Zarc junto ao ministério, Banco Central e demais associações.

"Precisamos aperfeiçoar o mecanismo de seguro agrícola para que os produtores rurais tenham opções que minimizem os impactos em anos atípicos como esse ano que atrasou a colheita da soja e o plantio do milho", afirmou no comunicado o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da entidade, Ricardo Arioli.

Ministra vê chuvas como preocupação para plantio da 2ª safra de milho

SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro está preocupado com as fortes chuvas no país que estão atrapalhando o plantio da segunda safra de milho, afirmou nesta sexta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acrescentando que a oferta restrita de cereal já preocupa os frigoríficos.

Quanto mais atrasada a segunda safra de milho, maiores são os riscos climáticos, como seca e geadas com a chegada do inverno.

Chuvas torrenciais em Estados como o Mato Grosso retardaram a colheita da soja e a consequente semeadura da segunda safra de milho, que agora está sendo plantada fora da janela de clima ideal. A "safrinha" do cereal, representará cerca de 80% da produção total do Brasil nesta temporada.

Durante o BTG Pactual AgroForum, ela reiterou o plano do governo de aumentar a produção geral de alimentos do país em uma tentativa de elevar o abastecimento interno e controlar a inflação dos preços dos alimentos.

"Tenho a percepção de que talvez os preços das commodities agrícolas deem outro salto", disse ela.

Milho e farelo de soja são usados ​​na produção de ração para criações e têm alta demanda no Brasil, que abriga alguns dos maiores frigoríficos do mundo.

O aumento da produção de cereal permitiria aos produtores atender à crescente demanda interna e de exportação, acrescentou.

A China, que está reconstruindo sua criação de suínos após o plantel ser abatido por doença mortal aos animais desde 2018, provavelmente importará cerca de 25 milhões de toneladas de milho este ano, disse Tereza Cristina.

Isso se compara a 7,6 milhões de toneladas no ano comercial de 2019/20, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

A China já é o maior comprador de soja do Brasil, e analistas acreditam que pode recorrer ao país para fornecimentos adicionais de milho.

Ela ainda disse estar confiante de que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, que está sob revisão, deverá ser aprovado, apesar da oposição de países como a França, que tem um forte lobby agrícola contrário ao pacto.

Consultoria reduz previsão de 2ª safra de milho do Brasil a 80,13 mi t

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de milho do Brasil na segunda safra de 2020/2021 deve alcançar 80,13 milhões de toneladas, avanço de 6,8% ante a temporada passada, com impulso maior de um crescimento na área plantada do que por produtividades, avaliou nesta sexta-feira a consultoria Pátria AgroNegócios, que reduziu sua estimativa.

A empresa de análises trabalhava anteriormente com uma safra de 80,95 milhões de toneladas para a colheita de inverno.

"Produção arrastada por um crescimento de área agressivo, não por produtividades!", disse a consultoria, citando problemas de um plantio atrasado desde janeiro e chuvas que interrompem os trabalhos, que resultaram na diminuição a projeção.

A Pátria AgroNegócios projeta aumento de 7% no plantio da segunda safra, para um total de 14,71 milhões de hectares (crescimento de 1 milhão de hectares em relação à safra 2019/20).

"A expansão de área continua sendo estimulada por um crescimento expressivo da receita projetada com os valores atuais de milho futuro. Entretanto, apesar da área recorde semeada no país com milho de segunda-safra, a produtividade segue comprometida pela falta de janela de plantio dentro do cronograma adequado", comentou o analista Matheus Pereira.

Quanto mais atrasada a segunda safra de milho, maiores são os riscos climáticos, como seca e geadas com a chegada do inverno.

Com essa estimativa para a segunda safra, a produção total brasileira deve ficar em 105,66 milhões de toneladas em 2021.

Nesta sexta-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, citou preocupações com a segunda safra e custos para a indústria de carnes.

Bolsa de Buenos Aires reduz safras de soja e milho da Argentina por seca

BUENOS AIRES (Reuters) - A safra de soja 2020/21 da Argentina deverá atingir 44 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC), reduzindo sua previsão ante os 46 milhões estimados anteriormente, devido aos efeitos uma seca.

A instituição também cortou sua projeção para a safra 2020/21 de milho do país, passando a estimá-la em 45 milhões de toneladas. Antes, a bolsa via a colheita do cereal em 46 milhões de toneladas.

A principal região agrícola do país sul-americano sofre há meses com a falta d'água. Embora chuvas no início do ano tenham gerado algum alívio, o clima seco persistiu, obrigando também a Bolsa de Comércio de Rosario a reduzir seu cálculo para a safra de soja a 45 milhões de toneladas.

A Argentina é a maior exportadora de óleo e farelo de soja do mundo, além de terceira maior fornecedora de milho.

"O clima seco continua dominando grande parte da área plantada com soja", disse a BdeC em seu relatório semanal de cultivos.

"Enquanto as primeiras áreas de soja se aproximam da colheita com expectativas de produtividade abaixo das médias históricas, os plantios de segunda safra reportam perdas de área para colheita, ataques de pragas e reservas hídricas esgotadas", acrescentou.

A BdeC afirmou ainda que poderá voltar a reduzir sua estimativa para safra de soja. Em relatório climático, a entidade indicou que a região agrícola central da Argentina registrará altas temperaturas nos próximos dias, e apenas algumas de suas áreas chegarão a receber chuvas.

Em relação ao milho, a bolsa disse que 3,5% da área plantada com o cereal já foi colhida, e que "à medida que os trabalhos avançam pelos primeiros lotes, os rendimentos ficam abaixo das estimativas iniciais".

Fonte: Notícias Agrícolas

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