Previsão de corte nas chuvas para o Sul e frequência de chuvaradas no centro-norte do País, diz LR Lazinski

Publicado em 27/02/2021 09:33 e atualizado em 01/03/2021 09:21
Agrometeorologista Luis Renato Lazinski aponta a tendencia para os próximos 45 dias (com base no modelo europeu de previsão meteorológica) e diz que La Niña persistirá até a próxima safra verão
Luiz Renato Lazinski - Agrometeorologista

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Entrevista com Luis Lazinski -

 

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O La Niña vai continuar alterando o clima na América do Sul até pelo menos o final do ano (nicio da safra 21/22), afetando de maneira preocupante o andamento da safra no Brasil, alerta o agrometeorologista Luis Renato Lazinski, com base no modelo europeu de previsões meteorológicas.

Para os próximos dias (até o dia 6/março) o cenário será uma prévia do que virá pela frente: chuvas constantes no Mato Grosso e Matopiba, precipitações acima da média no sudeste (incluindo Goiás e Triangulo Mineiro, além do Estado de SP e RJ/ES) e corte preocupante da umidade para o Sul. 

-- "A antevisão que esse modelo nos dá é de corte acentuado nas chuvas para o Rio Grande. Preocupação maior será com a Argentina, Uruguai e norte do Paraguai. Para as lavouras gauchas essas previsões atingirão a fase crucial da soja, que é o momento do enchimento dos grãos".

-- "Também a culturas de inverno serão prejudicadas, principalmente o trigo. Mas o que chama a atenção serão os impactos na safrinha de milho em Sta Catarina e Paraná", acrescenta ele.

Lazinski mostra as configurações do modelo europeu para os próximos 45 dias (até 12 de abril), e aconselha aos agricultores ajustarem seus planejamentos para evitar perdas.

O agrometeorologista informa também que o La Niña permanecerá atuando sobre a America do Sul até o final do ano, afetando o inicio da próxima safra de verão (21/22), quando as chuvas deverão novamente chegar mais tarde do costume. 

-- "O frio nese inverno será mais acentuado, alias ele já chegou, pois tivemos geadas em fevereiro na serra catarinense", lembra ele. Outro efeito do La Niña será sobre a safra norte-americana que, após frio intenso dos ultimos dias, enfrentará continuidade da seca no centro-oeste (corn bealt).

-- "O fornecimento de grãos será comprometido", conclui Luis Renato Lazinski. (veja entrevista acima)

NOAA indica redução dos volumes de chuvas no Brasil Central e Matopiba a partir do dia 6

A atualização do modelo GFS, divulgada pela Administração Atmosférica e Oceânica (NOAA) nesta sexta-feira (26) prevê a redução dos volumes de chuva no Brasil Central e o retorno da umidade para a parte sul do Brasil a partir da primeira semana de março. 

Para os próximos dias, no entanto, o NOAA mantém a projeção de chuvas expressivas em todo o Brasil Central e no Matopiba, o que pode continuar comprometendo a colheita da soja em toda área. 

Entre os dias 26 de fevereiro e 6 de março, o modelo GFS prevê chuvas entre 100mm e 125mm no Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Tocantins. Também sinaliza o retorno das chuvas para o Mato Grosso do Sul, com precipitação entre 80mm e 90mm. No oeste da Bahia, a tendência é de chuvas entre 70mm e 80mm no período. 

Já para a região Sudeste, a previsão é da permanência das chuvas em Minas Gerais, com precipitação entre 70mm e 80mm. Também mantém a condição de chuvas no Espírito Santo e volumes mais expressivos de chuvas em São Paulo, com previsão de acumulados entre 90mm e 100mm. 

Para a região Sul do Brasil, seguem previstos os maiores volumes de chuvas no Paraná e em Santa Catarina, enquanto o Rio Grande do Sul tem condição de chuvas apenas o centro-norte do estado. O extremo sul gaúcho deve continuar com tempo estável. 

Segundo a atualização, os volumes de chuvas tendem a diminuir no Centro-Oeste e no Matopiba a partir do próximo dia 6. O GFS mantém a condição de chuvas em toda área, mas com volumes entre 60mm e 70mm no período entre 6 e 14 de março. 

No Sudeste, a tendência também é da permanência das chuvas, inclusive com possibilidade de volumes mais expressivos para Minas Gerais no período. Em relação à região Sul, o modelo diminui os volumes previstos para Santa Catarina e Paraná - entre 60mm e 70mm, mas indica o retorno da umidade para o centro-sul do Rio Grande do Sul, porém ainda com volumes baixos de chuva. 

Veja o mapa de previsão estendida para todo Brasil: 


Fonte: NOAA

Próximas 24 horas 

De acordo as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a sexta-feira (26) será marcada por mais um dia de chuvas volumosas no centro-norte do Brasil. A circulação de ventos favorece a organização da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), sistema que tem como característico a formação de nuvens carregadas. 

Em relação aos volumes, o modelo Cosmo, também do Inmet, tem previsão de precipitação entre 20mm e 30mm no Tocantins e Maranhão. Ainda no Matopiba, o leste do Piauí deve registrar os maiores volumes nas próximas 24 horas, enquanto o oeste da Bahia tem previsão de volumes mais baixos. 

No Centro-Oeste, seguem previstos chuvas com volumes entre 30mm e 40mm no Mato Grosso e em Goiás. Já no Sudeste, também são previstos acumulados de até 40mm para o centro-norte de São Paulo. O modelo mostra ainda condição de chuvas para Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, mas com volumes mais baixos. 

Veja o mapa com a previsão de precipitação para as próximas 93 horas: 


Fonte: Inmet 

Fonte: Notícias Agrícolas

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