Chuvas recuperam as reservas hídricas em quase todas as áreas agrícolas do País, mostra o Agrymet
São boas as notícias da meteorologia para as áreas agrícolas do País neste final de ano. Com base em sua rede de informação -- 11.600 pontos de coletas de norte a sul do Brasil controlados por robôs - a Agrymet informa que o balanço hídrico das áreas de agricultura está estável, como resultado das chuvas que irrigaram os campos e lavouras nos últimos dias.
-- "Com exceção de algumas áreas ainda críticas", diz o professor Paulo Sentelhas, responsável técnico da Agrymet , "todas as áreas de produção agrícola voltaram ou estão voltando à normalidade".
- A situação dos reservatórios subterraneos (lençois freáticos) está estável depois das chuvaradas que beneficiaram as lavouras.
--"Elas chegaram tarde, é verdade; mas daqui prá frente o que temos de informações nos dá garantia de um fechamento de safra bem tranquilizador". Paulo Sentelhas, prof da Esalq/USP, acompanha os dados dos serviços meteorológicos internacionais que demonstram o enfraquecimento da ação do La Niña ao longo do 1.o semestre.
--"E para o 2.o semestre", diz ele, "deveremos ter um periodo de neutralidade nas águas do Pacífico, com o retorno do efeitos do El Niño. Junto com o aquecimento das águas do Atlântico, essa junção de ações climáticas deverá favorecer a atividade agriclas da América do Sul em 2021".
Os pontos de coletas dessa empresa de aplicação de informações meteorológicas na agricultura registram, no entanto, situações ainda críticas em regiões como o leste do MS (divisa com S. Paulo), onde, em Três Lagoas, a seca castigou os canaviais e cultivos de eucaliptos, que perderam muita produtividade.
-- "Mesmo com as novas frentes de chuvas, essas lavouras não conseguirão se recuperar", diz Sentelhas. É o caso dos cafeeiros do Sul de MG, e é também o caso do centro e sul do Rio Grande do Sul, do noroeste de S. Paulo, do extremo oeste do Mato Grosso, além do Nordeste brasileiro, que, nesta ép0ca do ano, vive costumeiramente debaixo de seca no semi-árido".
Os proximos 30 dias serão de chuvas irregulares, prevêem os serviços meteorologicos, com o verão registrando temperaturas altas. intercaladas com veranicos, "mas ao longo do segundo semestre deveremos ter a ação benéfica para a agricultura do El Niño". diz Sentelhas.
(veja acima a entrevista na íntegra, e abaixo, as imagens da Agrymet que mostram a volta à normalidade do balanço hídrico do País, comparados numa serie historica de 41 anos, com 4 trilhões de informações meteorologias recolhidas nas areas agricolas do Brasil).