La Niña só em 2022, diz Molion. Para climatologista faltam condições favoráveis para esfriamento do Pacífico
Para o climatologista Luiz Carlos Molion o fenômeno La Niña só deve voltar acontecer em 2022. Segundo o professor, apesar de muito se falar sobre o fenômeno não há indícios da formação do La Ninã para esse ano. "Um dos mecanismos importantes para gerar o La Ninã são os ventos de leste e esses ventos estão muito fracos, o La Niña em geral se forma quando esses ventos estão fortes", explica em entrevista ao Notícias Agrícolas. Molion destaca ainda que ação da força gravitacional da lua também não favorece a formação do sistema.
Molion explica que as chuvas excessivas na região Sudeste do país coincidiram com o fato de haver frente fria estacionárias na região, aliado ao fato de o Atlântico estar mais aquecido do que o normal, o que aumentou a evaporação; a umidade que veio do oceano acabou favorecendo as condições de chuvas. "Olhando todos os indicadores, eu diria que a chance de ter o La Ninã nesse ano de 2020 e no próximo ano é pequena; ao contrário, a condição deve permanecer neutra", destaca afirmando ainda que as mesmas previsões valem para atuação do El Niño.
De acordo com o professor, é importante também que o produtor acompanhe as condições de chuvas em outros locais fora do país. "Em particular deve-se acompanhar o inverno nos Estados e Canadá, quando o inverno lá está rigoroso significa que as frentes frias ou a massa de ar polar varrem o continente Norte-Americano, passam pelo Caribe e vem influenciar as chuvas aqui na Costa Norte brasileira, inclusive no Nordeste", destaca.
Molion explicou que é muito provável que o Brasil tenha novo atraso na estação chuvosa em 2020. "Pode ser que haja um atraso de duas a três semanas, indicando que o mês de outubro seja mais seco que o normal", diz. Afirma ainda que as chuvas devam voltar ao normal já no mês de novembro e não deve gerar grandes problemas para o plantio da próxima safra.
Veja a entrevista completa no vídeo acima
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