Chuva em excesso para o Norte e Oeste do Paraná no início do ano pode prejudicar manejo e aumentar a incidência de doenças

Publicado em 19/12/2019 14:17
Realidades da Safra - Cristina Queiroz (Rural Tecnologia) e Guy Tsumanuma (Engenheiro Agrônomo) debatem as consequências do clima úmido e ameno para a produção de soja no Paraná
Guy Tsumanuma - Engenheiro Agrônomo

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Realidades da Safra - Cristina Queiroz (Rural Tecnologia) e Guy Tsumanuma (Engenheiro Agrônomo)

 

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As regiões norte e oeste do Paraná devem receber volumes grandes de chuva no final desde ano e em janeiro, de acordo com simulações feitas na plataforma CropView por Cristina Queiroz, da Rural Tecnologia. Depois do atraso das chuvas, que atrasou o plantio da soja na região, as precipitações na fase de enchimento de grãos é algo positivo, mas o excesso de água pode prejudicar a planta no florescimento e na colheita, segundo o engenheiro agrônomo e sojicultor de Londrina, Guy Tsumanuma.

Segundo Cristina, em Querência do Norte, na parte oeste do estado, simulando um plantio em 15 de outubro de uma cultivar de 120 dias, a lavoura está atualmente em pleno florescimento.

-- "Vemos uma produtividade boa, penalização muito pequena. Até o final do ciclo tem excesso de chuva, que pode ser a causa da penalização. Vimos de dois decêndios de excedente de chuva, e de 14 a 23 de dezembro terá mais 208mm, e nós temos de 24 de dezembro a 2 de janeiro 197mm, e a penalização está sinalizada no segundo estágio de florescimento", explica.

De acordo com Tsumanuma, a planta precisa de água na proximidade do florescimento, mas quando este processo já está acontecendo, essa condição já não é tão favorável. No caso do milho, ele explica que é desejável que chova à noite e que tenha dias de sol. Já com a soja, quando tem muita chuva durante o florescimento, pode haver problema de abortamento por causa da falta de aeração no solo. 

-- "A ferrugem pode ocorrer em todas as fases da cultura, desde o desenvolvimento vegetativo, mas pode ter mais chance na fase reprodutiva porque é um período de stress da planta", afirma. 

Em Querência do Norte, nos próximos 15 dias a partir desta sexta-feira (20), deve haver muita chuva; nos próximos 3 dias há previsão de volumes interessantes de chuva. A partir de 27 de dezembro a 2 de janeiro, há bons volumes continuados, e culminando dia 2 de janeiro com indicação de 99mm. 

Outra simulação no Cropview, em Londrina, área norte do Paraná,  de um plantio em 26 de outubro e ciclo de 130 dias, nessas condições estaria finalizando o desenvolvimento vegetativo para entrar em florescimento em seguida do Natal. 

-- "No balanço hídrico, vemos como a chuva atrasou, setembro houve déficit acentuado de chuvas, e em seguida, a partir de novembro, começa a apresentar excedente para essa cultivar, e dezembro com excedente muito acima da média. Esse ano não haverá veranico para a região, e pelo contrário, muita chuva", explica Cristina.

 

Por: Aleksander Horta e Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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