Inmet alerta para volumes significativos de chuvas no Centro do Brasil e no Matopiba

Publicado em 02/02/2018 15:52
Chuvarada interrompe BR-163. Caos na estrada da soja

Nas últimas 24 horas, a chuva caiu de forma torrencial entre o norte do Pará e do Maranhão. A intensificação da Zona de Convergência Intertropical e a incidência de ventos moderados a fortes de nordeste/nordeste na costa norte do Brasil favoreceu a formação de nuvens muito carregadas. A imagem de satélite abaixo, da manhã deste domingo (04) mostra essas nuvens em tons vermelhos e laranjas.

 

No Pará, onde mais choveu cidade foi na cidade de Bragança, que acumulou incríveis 209 milímetros entre  9 h de sábado e 09 h deste domingo (horário de Brasília), de acordo com medições do Cemaden.

A capital Belém acumulou 145 mm de chuva nesse período. Na estação convencional do INMET, a capital acumulou 132,3mm, o maior volume de chuva em 24 horas desde janeiro de 2017, quando a chuva acumulou 94,8mm entre os dias 24 e 25.

No mês de fevereiro, a média de chuva em Belém é de 400mm, aproximadamente. Confira abaixo os maiores volumes acumulados no Pará nas últimas 24 horas.

Caos na estrada

A BR-163 está interrompida a 600 km acima de Sinop, em direção à Miritituba, no trecho conhecido por Laranjinha (entre o municipio de Novo Progresso e Moraes de Almeida). Ali estão parados mais de 1.500 caminhoes carregados com soja. As chuvas deixam o piso da rodovia extremamente liso, e nem mesmo caminhonetes leves conseguem ultrapassar o trecho.

A ligação Sinop-Miritituba faz parte da saída Arco-Norte, num percurso de 900 km, que dá grande economia nos fretes para os sojicultores. Mas muitos trechos ainda não estão asfaltados, em especial no "laranjinha", onde a estrada federal enfrenta um longo trecho de subida. Os caminhões precisam de muita aderencia para vencer o aclive de um morro, e, por falta de cascalho,o Exército interrompeu o trânsito desde quinta-feira passada, pois os caminhões (bi-trens) poderiam transformar a estrada num imenso atoleiro. 

Os caminhoneiros estão parados em torno do posto Tigre e próximos às vilas da região. Os motoristas, sem comida e água, invadem os lugarejos, levando o caos nas proximidades de Novo Progresso. Como as previsões indicam chuvas por mais 10 dias, a situação no local é extremamente crítica.

 

Maranhão

No Maranhão a chuva também castigou a região norte. A cidade mais atingida foi Apicum-Açu, onde a chuva acumulou 176mm entre 09h de sábado e 09h deste domingo (horário de Brasília). Na capital São Luís, o acumulado nesse período chegou a 118mm. Na estação convencional do INMET, a chuva acumulou 125,2mm na capital, o maior volume de chuva em 24 horas desde janeiro de 2017, quando choveu 130,6mm entre os dias 18 e 19. A média de chuva normal de fevereiro é de 380mm, aproximadamente. Confira abaixo os maiores volumes acumulados no Maranhão nas últimas 24 horas.

Previsão de mais chuvas

O tempo ainda permanece instável nos próximos dias na costa norte do Brasil devido à influência da ZCIT, situação normal nessa época do ano. Por isso ainda pode chover forte entre Pará e Maranhão até o final da semana. Os acumulados previstos ainda são elevados, podendo passar de 150 mm até o final da semana, e a região norte desses estados.
 

Morgana Almeida, Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meterologia (Inmet), destaca que as chuvas continuam na região central do país, se espalhando também para o oeste da Bahia e para o interior da região Nordeste. Essas chuvas são motivadas pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, fenômeno que é o principal causador de precipitações durante o verão.

A semana seguinte também deve ser de tempo instável, com pancadas de chuva principalmente no período da tarde.

O Rio Grande do Sul, por sua vez, não tem boas notícias no horizonte, principalmente a região da fronteira: os modelos não apontam condições favoráveis até o próximo dia 6. No dia 7, há chances de chuvas para a porção norte do estado e para o oeste de Santa Catarina e Paraná. Apenas a partir do dia 12, em função de uma nova frente fria, as chuvas devem chegar para a região.

Na previsão mais estendida, considerando o período de 10 a 18 de fevereiro, as condições se mantêm na região central do País (Centro-Oeste e Matopiba), mas os volumes de chuva tendem a ser menor elevados devido a um espalhamento espacial. Contudo, o extremo sul do Rio Grande do Sul não tem perspectivas positivas.

Como lembra Almeida, os modelos são atualizados constantemente, de forma que as previsões alongadas estão sujeitas à alteração, devendo ser acompanhadas dia após dia.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas/Climatempo

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