Chuvas se concentram na faixa central do país nos próximos dias. Na região Sul volta a chover, mas em volumes ainda pequenos
Um momento de tensão paira sobre o oeste de São Paulo, o norte do Paraná e o sul do Mato Grosso do Sul por conta da questão climática. Neste momento, o cenário de chuvas está mais focado na região central do Brasil, mas o cenário tende a mudar até o fim dessa semana com um novo sistema de alta pressão vindo do Paraguai, que irá trazer chuvas para estas localidades e também para a região sul, de acordo com Thaize Baroni, meteorologista da Somar.
A questão da falta de umidade no solo, no entanto, deve se manter em algumas áreas, como o Rio Grande do Sul. Para o Mato Grosso do Sul, as chuvas ajudarão a melhorar o perfil, mas apenas a curto prazo. Neste novo cenário, os produtores de São Paulo e do Sul de Minas também poderão enfrentar algumas dificuldades por excessos de chuvas, uma vez que o excesso de água no solo favorece a proliferação de doenças.
Para as próximas semanas, a chuva fica mais concentrada na região central e em algumas áreas do Mato Grosso do Sul, ficando mais irregular no Rio Grande do Sul e no Norte e no Nordeste do país. No entanto, a situação do Sul do país não deve ser crítica: por enquanto, nenhum modelo aponta um longo período de estiagem, segundo a meteorologista.
O Matopiba também deverá ter uma melhor condição neste ano. Com o La Niña, as chuvas voltarão nas próximas semanas para os estados, especialmente em Tocantins e no oeste da Bahia. A chuva não será generalizada, mas trará alívio para os produtores e para as condições de solo na região.
No geral, "por enquanto, não há nenhum cenário crítico para nenhuma região produtora no Brasil", destaca Thaize. A região Sul deverá sofrer um pouco mais, enquanto a região central fica suscetível a invernadas e excessos de chuvas, mas o cenário "está melhor do que no ano passado, com o El Niño", analisa.
Disponibilidade de água no solo
No mapa apontado por Thaize, referente ao dia 01 de dezembro, que mostra a disponibilidade de água no solo, a região central do Brasil está com uma condição de solo um pouco melhor em relação às outras regiões. No Mato Grosso do Sul, há uma baixa disponibilidade hídrica, condição que deverá ser revertida nos próximos dias com as previsões destacadas. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentam grande disponibilidade de água no solo.
O Matopiba, que recebeu chuvas bem volumosas há duas semanas, teve a umidade do solo recuperada, mas como o fenômeno foi bastante irregular, a disponibilidade hídrica está abaixo do esperado neste momento. A previsão de chuvas nas próximas semanas para a região poderão elevar este perfil, no entanto.
Condição de umidade
Nos mapas de 1 a 5 de dezembro e 6 a 10 de dezembro, uma condição de maior umidade já aparece no país, com volume de chuvas maior para Minas Gerais, São Paulo e parte do Paraná. O Mato Grosso do Sul também recebe chuvas fortes nas regiões sul e oeste. A chuva será intensa, mas irregular e não duradoura, "mas já vai recuperar as condições de solo", diz. "Tudo depende de como a chuva vai vir. Esse sistema pode ser uma área de baixa pressão e a chuva pode cair toda de uma vez com 70mm".
Do dia 11 ao dia 15 de dezembro, condições mais úmidas para o país, em geral, aparecem no mapa, mas as chuvas serão mais mal distribuídas no Mato Grosso do Sul. A chuva será mais frequente na região sudeste. Aos poucos, a chuva começa a migrar para o norte, como é comum nos anos de La Niña.
Há uma tendência de que o Matopiba tenha um veranico entre janeiro e fevereiro, mas a meteorologista lembra que a região "já está acostumada" com essas condições. "O cenário ainda não é o ideal, mas será bem melhor do que foi na safra do ano passado", conclui.