Frio intenso vai continuar sobre o centro-sul brasileiro, e chuvas se aproximam do Paraná, MS e Paraguai
As perdas nas lavouras de milho safrinha, café, cana de açúcar, hortaliças e feijão devido à geada que ocorreu de forma generalizada em todo o Centro-Sul do país no último final de semana, devem começar a ser quantificadas nos próximos dias.
No Paraná o frio intenso atingiu regiões importantes na produção de milho do estado, gerando preocupações quanto a possíveis perdas na colheita da segunda safra brasileira.
Os resultados do fenômeno climático ainda não podem ser contabilizados, mas para o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, as consequências para a produção não devem ser grandes, já que "apenas 10% das áreas de milho safrinha em todo o país estavam suscetíveis a perdas com geadas", explica.
Para a cultura do feijão a situação é mais grave, uma vez que a geada atingiu grande parte das lavouras nos principais estados produtores. "Foram áreas de irrigação do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, perdendo mais de 50% da safra", relata Santos.
Temperaturas baixas também foram registradas em áreas cafeeiras e de cana-de-açúcar em São Paulo, Paraná e do sul de Minas Gerais, porém o fenômeno ocorreu em regiões localizadas, não trazendo perdas generalizadas para as plantações.
A preocupação se volta agora para a possibilidade de chuvas que podem agravar a situação nas lavouras do cereal, com o aumento da umidade e proliferação de doenças. Santos explica que o enfraquecimento da massa de ar polar favorece a entrada de sistemas de alta pressão, aumentando a possibilidade de precipitações.
"Uma frente fria irá conseguir avançar sobre o Paraná e Mato Grosso do Sul, provocando chuvas na sexta-feira (17) com volumes entre 10 a 40 mm", alerta Santos.
A boa notícia é que para os próximos 15 dias não há condições de formação de novas geadas, conforme indicam as previsões climáticas. As temperaturas terão um aumento gradual ao longo das próximas semanas, variando entre 16°C a 20°C.
"Porém o frio mais intenso deve persistir durante todo o inverno, possibilitando geadas até tardias, deixando o trigo suscetível a perdas", destaca o agrometeorologista.