Entre as culturas mais atingidas pela geada estão milho, feijão e hortaliças. Café e cana tem problemas pontuais em SP e MG

Publicado em 13/06/2016 10:12
Possíveis prejuízos só serão confirmados em 2 ou 3 dias. Nos próximos 15 dias as temperaturas voltam a subir e novas geadas estão descartadas

A ocorrência de geadas neste final de semana atingiu lavouras de milho, café, cana-de-açúcar, feijão e hortaliças do centro-sul do país. Em algumas regiões o frio foi mais intenso prejudicando a produção.

De acordo com o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, os maiores danos ocorreram em áreas de milho safrinha do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

"Porém, ainda não conseguimos quantificar as perdas, somente ao longo da semana será possível ter uma avaliação mais precisa sobre os prejuízos com as geadas", explica Santos.

Segundo ele, as lavouras que já estavam em ponto de colheita terão consequências menores. O grande problema está nas áreas em fase de maturação, que corresponde aproximadamente a 10% da produção nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, de acordo com levantamento do agrometeorologista.

Temperaturas baixas também foram registradas em áreas cafeeiras e de cana-de-açúcar em São Paulo, Paraná e do sul de Minas Gerais, porém o fenômeno ocorreu em regiões localizadas, não trazendo perdas generalizadas para as plantações.

O agrometeorologista explica que a geada congela a seiva das plantas. "No café, que é uma cultura perene por exemplo, ela é tão temida porque a planta pode demorar até duas safras para se recuperar dos danos”, pondera.

Além dessas culturas, o feijão e as hortaliças também foram atingidos pelas geadas, e podem ter perdas de 100% em alguns casos, especialmente no Paraná, conforme relatou Santos.

E as expectativas de quebra já provocaram alta nas cotações de milho e café nas bolsas internacionais. Em Chicago, os futuros do cereal exibiam 14 pontos de alta, por volta das 11h15 com preocupação de oferta no Brasil.

Para os próximos quinze dias as previsões indicam aumento gradual nas temperaturas, que devem variar entre 16°C a 20°C. Porém, novas massas de ar polar de grande intensidade podem ocorrer nos meses de julho e agosto.

E o trigo que até o momento foi beneficiado pelo frio mais intenso também já acende o sinal amarelo, já que "não estão descartadas geadas tardias para agosto", alerta Santos.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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