Gripe aviária registrada em alguns países pode gerar oportunidades aos produtores brasileiros
As perspectivas são positivas para o setor de aves e suínos em 2017. Além da retomada gradativa da economia interna e consequentemente da demanda por carnes, o setor vem desempenhando um bom resultado nas vendas externas.
Segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) os embarques totais de frango - considerando produtos in natura, embutidos e processados - alcançaram 33,2 mil toneladas em fevereiro deste ano. Volume 3,2% superior as 319,9 mil toneladas efetivadas no mesmo período do ano passado e 24% maior em receita.
"É uma tendência que decorre não só da conquista do nosso mercado, mas também da perda de alguns países concorrentes do Brasil", diz o vice-presidente da Associação, Ricardo Santin.
Países com registro de Influenza Aviária tiveram sua produção local prejudicada, aumentando a necessidade de compra. Além de nações exportadoras, que também registraram a doença, estarem 'banidas' por importadores.
Por outro lado, o vice-presidente alerta para o excesso de otimismo. "Dizer que há influenza Aviária no mundo, significa que podemos aumentar a produção é um erro", diz.
Mas, o resultado poderia ser ainda mais positivo com dólar atrativo. Segundo Santin, o produtor brasileiro ainda é competitivo no cenário internacional, no entanto, perdemos parcela desse grau de competitividade desde as recentes valorizações da nossa moeda frente ao dólar.
Para ele, "o câmbio ideal para o setor está no patamar de R$ 3,50", um cenário difícil de vislumbrar em 2017. Mas, mesmo com real valorizado, Santin ressalta a necessidade de manter equilíbrio e sustentabilidade do câmbio ao longo do ano.
E 2017 também deve ser mais favorável em relação aos custos de produção. A estimada super safra de milho já traz reflexo aos preços do grão que vem caindo desde o final de 2016. Mas, "apesar de ter aliviado, a cotação do cereal continua mais caro que no ano retrasado, os preços ainda são superiores na comparação com 2014", diz Santin.
Suínos
Na cadeia dos suínos os fatores são ainda mais positivos e sustentáveis. As exportações são impulsionadas pelo aumento de consumo na Rússia e importações da China, ao contrário da cadeia do frango que se beneficia de um episódio momentâneo da gripe aviária.
Em fevereiro a ABPA informou que os embarques de carne suína in natura totalizaram 44,1 mil toneladas em fevereiro, volume 0,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O resultado é o melhor dos últimos cinco anos, para o período.