Momento histórico: mercado do café vive grandes movimentações de preços
Momento histórico: mercado do café vive grandes movimentações de preços
Após as fortes altas registradas na terça-feira (10), os preços do café trabalharam durante esta 4ª feira (11) com quedas significativas nas bolsas de NY e Londres, em um movimento de ajustes técnicos e realização de lucros.
De acordo Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, os preços seguem sustentados pela preocupação com uma oferta limitada para próxima safra. Nos últimos anos, os constantes problemas climáticos nos principais países produtores de café reduziram os níveis dos estoque de segurança, diante de uma alta demanda de exportação e consumo.
Além disso, dados já apontam para uma quebra importante da safra de café 2025, devido ao baixo pegamento das floradas por conta do longo período de estiagem e altas temperaturas no Brasil.
Para o analista, todo este cenário é que vem movimentando e precificando o produto nas bolsas internacionais.
A trader de café Neuman Gruppe GmbH disse nesta quarta-feira (11) que a safra de arábica do Brasil de 2025/26 deve chegar a 40 milhões de sacas, e que ainda é muito cedo para avaliar a próxima safra brasileira com precisão.
Este novo dado vem em contrapartida com o divulgado pela Volcafe, que estima 34,4 milhões de sacas de arábica, e aponta para o quinto ano de déficit da variedade.
De acordo com o Barchart, os estoques de café arábica monitorados pela ICE subiram nesta terça-feira (10) para uma alta de dois anos e meio, registrando 911.103 sacas.
Com essas novas informações, a bolsa de NY encerra o pregão com queda de mais de 4%, registrando baixa de 1.395 pontos no valor de 321,70 cents/lbp no vencimento de dezembro/24, uma queda de 1.395 pontos no valor de 320,20 cents/lbp no de março/25, um recuo de 1.375 pontos no valor de 317,80 cents/lbp no de maio/25, e uma baixa de 1.335 pontos no valor de 313,05 cents/lbp no de julho/25.
Já o robusta registra a desvalorização de US$ 107 no valor de US$ 5.161/tonelada no contrato de janeiro/25, uma baixa de US$ 131 no valor de US$ 5.101/tonelada no de março/25, uma queda de US$ 135 no valor de US$ 5.042/tonelada no de maio/25, e uma baixa de US$ 132 no valor de US$ 4.964/tonelada no de julho/25.
Mercado Interno
Segundo Eduardo Carvalhaes, existe a estimativa de que os produtores brasileiros ainda têm em mãos cerca de 20% da safra/24 para negociação e o resto já foi vendida. O analista destaca ainda que apesar dos bons preços, a incerteza do que vai ser da produção de café em 2025 está fazendo com que os cafeicultores negociem com mais cautela.
Para Lúcio Dias, analista e consultor em agronegócio, o atual cenário do mercado cafeeiro está favorecendo os compradores, "em minha análise o mercado está na mão dos comprados, e está funcionando a favor deles. Sendo assim, os vendidos que têm enormes compromissos com estoques, com várias e várias despesas e dependem muito de financiamentos, acabam tendo que zerar ou diminuir suas posições. Como os vendedores estão com dificuldades de vender mais, os compradores fazem a festa", comentou o analista.
O Café Arábica Tipo 6 encerra a sessão registrando uma baixa de 5,91% no valor de R$ 2.070,00/saca em Machado/MG, uma queda de 5,45% no valor de R$ 2.080,00/saca em Patrocínio/MG, uma baixa de 3,43% no valor de R$ 2.250,00/saca em Franca/SP, e uma queda de 3,13% no valor de R$ 2.170,00/saca em Varginha/MG.
Já o Cereja Descascado registra recuo de 5,41% em Patrocínio/MG no valor de R$ 2.100,00/saca, uma queda de 2,64% no valor de R$ 2.210,00/saca em Varginha/MG, e uma baixa de 2,23% em Guaxupé/MG no valor de R$ 2.189,00/saca.