Alerta no café em áreas de montanha: Procafé vê severo ataque do bicho-mineiro em lavouras novas na Zona da Mata e no Espírito Santo

Publicado em 22/07/2022 14:58 e atualizado em 22/07/2022 17:31
José Braz Matiello associa condição ao clima muito seco e temperaturas ainda mais elevadas nas duas regiões; veja fotos
José Braz Matiello - Engenheiro Agrônomo Fundação Procafé

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Alerta no café em áreas de montanha: Procafé vê severo ataque do bicho-mineiro em lavouras novas na Zona da Mata e no Espírito Santo


Em visita recente, feita nas regiões de cafeicultura de montanha, na Zona da Mata de Minas e Sul do Espirito Santo, verificou-se que pragas e doenças vêm ocorrendo de forma diferente do normal dessas regiões.

A primeira ocorrência anormal diz respeito ao forte ataque de bicho mineiro. Essa praganão vinha sendo considerada problema nessas regiões, provavelmente pela condição climática de maior umidade e mais sombra. Nesse ano, provavelmente por ser mais seco, com temperaturas mais elevadas, tem havido um forte ataque de bicho mineiro, especialmente em lavouras mais
novas, em formação.

Nos trabalhos de pesquisa feitos na época do ex-IBC verificava-se que, eventualmente, poderiam acontecer ataques de bicho mineiro, mesmo assim quando ocorriam veranicos e, nesses casos, a época normal de ataque era em janeiro. Agora tem havido um ataque bem abrangente e
em época mais tarde, em junho-julho, de forma semelhante ao que ocorre nas regiões do Sul e do Cerrado em Minas Gerais. Como nas regiões de cafeicultura de montanha não se pratica controle preventivo dessa praga, resta, agora, especialmente nas lavouras novas, usar aplicações de inseticidas em pulverizações, para evitar desfolhas, sendo que em plantas novas de café, no pósplantio até no segundo ano, qualquer redução na área foliar é prejudicial, já que as plantas ainda tem pouca folhagem.

O segundo problema está relacionado com a ocorrência de ferrugem em materiais genéticos que vinham sendo resistentes a essa doença. Materiais oriundos de cruzamentos de Catimores com Catuais, antes sem infecção por ferrugem, agora apresentam folhas afetadas,
indicando que apareceram raças novas do fungo, que passaram a atacar plantas de café desse material. Verifica-se, no entanto, que parece tratar-se de raça/s de menor virulência, pois o ataque fica restrito a um pequeno número de folhas afetadas.

O terceiro tipo de praga anormal na região foi quanto à presença de ataque da lagarta mede palmos, se alimentando e destruindo a folhagem de cafeeiros. Esse tipo de ataque foi verificado, de maneira grave, neste último ano, na cafeicultura do cerrado, em Minas Gerais. Agora o ataque na região de cafeicultura de montanha e, em certas áreas, em zonas frias, além de reduzir a área foliar das plantas vai favorecer, também, o ataque de Phoma.

Por último, uma ocorrência nova, o ataque de mancha aureolada. No passado já havia sido detectado um ataque de Pseudomonas em uma região junto ao Caparaó, do lado de MG, emaltitude superior a 1200 m. Agora o ataque foi observado em lavoura com cerca de 1,5 ano, no município de Ibatiba-ES, em altitude de cerca de 900 m, em área muito batida por vento, condição
que deve estar favorecendo o ataque, mesmo nessa altitude não tão elevada.

A presente nota técnica tem o objetivo de alertar os Técnicos que assistem e os cafeicultores, para passarem a observar as novas condições de ocorrência de pragas e doenças nos cafeeiros e, quando necessário, procederem o controle.  

 

 

 

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