Café: Mercado tem espaço para continuar subindo, mas sem saber impacto na safra 22, pode continuar travado, afirma Carvalhaes
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Entrevista com Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes sobre o Mercado do Café
O mercado futuro do café arábica encerrou as negociações desta quarta-feira (1) com valorização técnica para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). De acordo com Eduardo Carvalhaes, o cenário continua sendo de preços firmes, mas também de mercado travado até o produtor entender melhor os impactos para a safra do ano que vem.
Março/22 teve alta de 95 pontos, negociado por 233,25 cents/lbp, maio/22 teve alta de 90 pontos, valendo 232,55 cents/lbp, julho/22 teve alta de 85 pontos, negociado por 231,80 cents/lbp e setembro/22 registrou valorização de 70 pontos, negociado por 230,95 cents/lbp."Os preços do café na quarta-feira registraram ganhos moderados. Um dólar mais fraco na quarta-feira gerou cobertura de posições vendidas em futuros de café", acrescenta a análise do site internacional Barchart.
Na Bolsa de Londres, a valorização foi ainda mais expressiva para o café tipo conilon. Março/22 teve alta de US$ 53 por tonelada, valendo US$ 2253, maio/22 teve alta de US$ 57 por tonelada, cotado a US$ 2231, julho/22 registrou valorização de US$ 57 por tonelada, valendo US$ 2230 e setembro/22 tinha alta de US$ 55 por tonelada, valendo US$ 2227.
No Brasil, o dia foi de poucas variações nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 0,68% em Poços de Caldas/MG, negociado por R$ 1.480,00, Araguarí/MG teve alta de 1,43%, valendo R$ 1.420,00 e Franca/SP teve alta de 0,69%, valendo R$ 1.450,00. Patrocínio/MG manteve a estabilidade por R$ 1.440,00, Varginha/MG manteve por R$ 1.480,00 e Campos Gerais/MG manteve o valor por R$ 1.427,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 0,64% em Poços de Caldas/MG, negociado por R$ 1.570,00. Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 1.523,00, Patrocínio/MG manteve por R$ 1.490,00, Varginha/MG manteve por R$ 1.530,00 e Campos Gerais/MG manteve por R$ 1.487,00.
Confirmando as previsões anteriores da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o preço do café na gôndola do supermercado já subiu 40%, e começa a refletir no consumo interno de café no Brasil. De acordo com dados atualizados da ABIC, nos últimos 30 dias, o consumo de café no Brasil recuou cerca de 14%.
O levantamento mostra ainda que a queda no consumo é reflexo do aumento de 130% no valor da saca de café cru, que corresponde a 70% do custo de produção para as indústrias. Celírio Inácio, diretor executivo da ABIC, afirma que o cenário acende um alerta no setor, já que com a alta contínua na Bolsa de Nova York (ICE) e sustentada no mercado interno, a entidade estima que até janeiro poderá ser observada mais de 35% de alta para o consumidor final.