Café solúvel: Setor intensifica trabalhos para elevar a qualidade do produto visando ampliação de mercados com a conquista de novos consumidores

Publicado em 27/07/2021 15:50 e atualizado em 27/07/2021 16:45
Entrevista com Eliana Relvas - Consultora da Abics sobre o Café Solúvel
Eliana Relvas - Consultora da Abics

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Café Solúvel

O segmento de cafés solúveis vem intensificando trabalhos para elevar a qualidade do produto, visando à ampliação de mercados com a conquista de novos consumidores. No exterior, empresas que surfam a crista da onda em popularidade anunciam novos produtos com o solúvel, como a illycaffè, a Blue Bottle e a Intelligentsia.

No Brasil, as fábricas do setor, concentradas na Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), realizam investimento em novas plantas fabris e em produtos cada vez mais voltados à qualidade, otimizando as características sensoriais para o consumidor final.

Em processo de conclusão, uma metodologia global para avaliação sensorial do café solúvel vem sendo estruturada pela Abics, com o objetivo de apresentar a diversidade do produto, para evidenciar suas diferenças e permitir que o consumidor encontre o que mais se adeque a seu gosto.

Os estudos realizados até agora permitiram um maior conhecimento dos vários atributos dos diversos tipos de solúvel existentes, o que possibilitará a disponibilidade de uma categorização de qualidade, métodos de preparo e nuances. A intenção final é, assim como ocorre com os cafés in natura e torrados e moídos, gerar classificações para o café instantâneo.

A cafeóloga, especialista em avaliação sensorial e consultora da Abics, Eliana Relvas, aponta que o segmento de solúvel vem passando por uma revolução no mundo e também no mercado interno. Hoje, muitas empresas voltam suas aquisições para os cafés canéforas especiais e ao arábica, otimizando o processo qualitativo desde os primeiros passos do processo fabril.

"Há sinalização positiva de investimentos em qualidade das indústrias associadas à Abics e isso é excelente, pois, com a implantação da nova metodologia de classificação que desenvolvemos, poderemos romper a 'barreira invisível' de que o solúvel é um produto de qualidade inferior e o colocar em um patamar sensorial semelhante ao dos cafés torrados e moídos", destaca Eliana.

Aliado a esse fato, ela informa que várias empresas ampliam seus portfólios, inserindo o produto industrial de alta qualidade como uma opção a mais para a degustação da bebida, o que aumenta a sua aplicabilidade e momentos de consumo, uma vez que o café solúvel é base para muitos outros produtos, portanto a sua amplitude sensorial é um fator determinante.

"Muitas cafeterias consideradas de 'terceira onda' têm inserido sua marca no solúvel, investindo em embalagens modernas, de alto padrão e que permitem que o produto seja levado para viagem e lazer e também para o consumo em casa, através de take out ou delivery, otimizando o tempo da agitada vida, em tempos de pandemia, de quem precisa adequar seu trabalho à rotina diária do lar", revela.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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