Com mais risco climático à frente, café em Nova York atinge patamar mais alto dos últimos 7 anos

Publicado em 26/07/2021 15:58 e atualizado em 26/07/2021 18:13
Entrevista com Gil Carlos Barabach - Analista da Safras e Mercado sobre o Mercado do Café
Gil Carlos Barabach - Analista da Safras e Mercado

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Entrevista com Gil Carlos Barabach - Analista da Safras e Mercado sobre o Mercado do Café

A semana começou com mais preocupações para o mercado futuro de café arábica. Com a previsão de uma nova massa de ar frio entrando no Brasil e avançando até o parque cafeeiro nos próximos dias, os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US) atingiram o maior patamar dos últimos sete anos. 

Setembro/21 teve alta de 1880 pontos, negociado por 207,80 cents/lbp, dezembro/21 teve valorização de 1875 pontos, negociado por 210,70 cents/lbp, março/22 teve alta de 1855 pontos, cotado a 212,60 cents/lbp e maio/22 teve alta de 1860 pontos, valendo de 213,10 cents/lbp. 

O analista de mercado Gil Barabach, da Safras & Mercado, explica que o mercado está direcionado pela volatilidade climática. Na última sexta-feira, os contratos chegaram a recuar um pouco em Nova York, indicando um dia de realização de lucros, mas voltou a subir com a atualização dos modelos meteorológicos mantendo o risco de geada no parque cafeeiro. 

"O que aconteceu novamente foi o mercado se posicionando e se protegendo em relação ao frio no Brasil, mercado foi muito além dos US$ 2. Basicamente o que a gente viu hoje, essa volatilidade, é em cima de clima e ela deve continuar durante toda essa semana", acrescenta o analista. 

Apesar da valorização, o analista reforça mais uma vez que o produtor pouco participa do mercado. Com a incerteza quanto ao tamanho da produção de 2022, os mercados futuro e físico têm sido marcado por dias tranquilos e poucos negócios.

"Basicamente essa safra de 2022 começou a ser comprometida por conta da estiagem em abril e maio, agora o potencial dela é ainda mais comprometido com essa geada que aconteceu na semana passada e você tem um potencial grande de perda para o ano que vem", afirma. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou com valorização. Setembro/21 teve alta de US$ 65 por tonelada, valendo US$ 1964, novembro/21 teve alta de US$ 68 por tonelada, cotado a US$ 1975, janeiro/22 teve alta de US$ 71 por tonelada, valendo US$ 1960 e março/22 registrou valorização de US$ 80 por tonelada, negociado por US$ 1953.

"De acordo com a Ecom Research, as perdas na safra de café do próximo ano no Brasil podem variar de 4,05 milhões de sacas a 5,2 milhões de sacas. A previsão original da Ecom para a safra 2022/23 de arábica do Brasil era de 48 milhões de sacas, de modo que as perdas estimadas representariam cerca de 8% a 11% da safra total", complementa a análise internacional do Barchart. 

No Brasil, o mercado físico acompanhou Nova York e também encerra o primeiro pregão da semana com valorização nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 5,80% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.077,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,94%, cotado a R$ 1.050,00, Patrocínio/MG teve alta de 5,66%, valendo R$ 1.120,00, Varginha/MG teve alta de 3,70%, valendo R$ 1.120,00, Campos Gerais/MG registrou alta de 5,90%, cotado a R$ 1.077,00 e Franca/SP teve alta de R$ 6,80, valendo R$ 1.100,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 4,82% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.130,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,80%, valendo R$ 1.100,00, Patrocínio/MG registrou alta de 6,42%, valendo R$ 1.160,00, Varginha/MG teve alta de 1,74%, valendo R$ 1.170,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 5,57%, cotado a R$ 1.137,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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