Rabobank: Arábica sobe 9% na semana com quebra no Brasil, problemas na Colômbia e nova previsão de chuvas abaixo da média

Publicado em 28/05/2021 16:07 e atualizado em 28/05/2021 17:09
Entrevista com Guilherme Morya - Analista da Rabobank sobre Mercado do Café
Guilherme Morya - Analista da Rabobank

O mercado futuro do café arábica encerrou mais uma sessão com expressiva valorização. De acordo com dados do Rabobank, no acumulado semanal as cotações subiram 9% na Bolsa de Nova York (ICE Future US). 

Com valorização de 700 pontos, os contratos romperam nesta sexta-feira (28) a resistência de 160 cents/lbp no mercado futuro. Julho/21 tinha alta de 700 pontos, negociado por 162,35 cents/lbp, setembro/21 também teve valorização de 700 pontos, valendo 164,30 cents/lbp, dezembro/21 tinha alta de 690 pontos, negociado por 167 cents/lbp e março/22 teve alta de US4 690 pontos, valendo 169,35 cents/lbp. 

Segundo Guilherme Morya, analista de mercado do Rabobank, o café continua com suporte em uma oferta mais restrita do Brasil, aumento da demanda com o avanço da vacinação, mas neste momento, os problemas na Colômbia preocupam muito o mercado. Há um mês o segundo maior produtor de café arábica do mundo está com as exportações paralisadas, consequência da onda de violência e protestos que tomou o país. 

Guilherme destaca que também nesta semana, a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) divulgou que desde 28 de abril, pelo menos 600 mil sacas de café provenientes da Colômbia deixaram de entrar no mercado. 

O clima no Brasil segue sendo um fator alarmante para o mercado. Além da quebrada já consolidada na safra sendo colhida, o analista comenta ainda as informações divulgadas nesta sexta-feira pelo Sistema Nacional de Meteorologia no primeiro Alerta de Emergência Hídrica. O alerta trata da escassez de chuvas, de junho a setembro deste ano, na região da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Nas áreas de produção de café, como em Minas Gerais e Franca/SP, as reservas hídricas já estão comprometidas, considerando que o volume de chuva permaneceu bem abaixo do ideal. "Estudos realizados pelo SNM indicam que a maior parte da região central do país, a partir de maio até final de setembro, entra no período com menor volume de chuvas", afirma o comunicado oficial. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon acompanhou e também teve um dia de forte valorização. Julho/21 teve alta de US$ 66 por tonelada, valendo US$ 1583, setembro/21 subiu US$ 67 por tonelada, valendo US$ 1605, novembro/21 teve alta de US$ 65 por tonelada, valendo US$ 1620 e janeiro/22 registrou valorização de US$ 65 por tonelada, valendo US$ 1632.

"Os preços do café robusta têm apoio de suprimentos menores de robusta do Vietnã depois que o Escritório Geral de Estatísticas do Vietnã informou que as exportações de café do Vietnã de janeiro a abril caíram -17,6%", complementa a análise internacional do site Barchart. 

No Brasil, o mercado físico também teve um dia de valorização nas principais praças produtoras do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 3,97% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 917,00, Poços de Caldas/MG registrou valorização de 2,99%, estabelecendo os preços por R$ 860,00, Araguarí/MG teve alta de 3,45%, valendo R$ 900,00, Varginha/MG teve alta de 4,78%, negociado por R$ 920,00 e Franca/SP teve alta de 3,95%, valendo R$ 920,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 3,74% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 970,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,86%, valendo R$ 900,00, Varginha/MG subiu 4,84%, valendo R$ 975,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 3,74%, valendo R$ 971,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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