Seca, demanda aquecida, dólar e oferta restrita: Cotações do arábica e conilon voltam a explodir nesta 3ª feira
Esta terça-feira, dia 18 de maio, foi mais um dia de altas expressivas para o mercado futuro de café. De acordo com o analista de mercado, Marcelo Moreira, o cenário segue sendo de preços firmes para o café, afirmando mais uma vez que as cotações foram impulsionadas pela seca no Brasil e a expectativa de demanda mais aquecida seguem dando suporte aos preços.
"Hoje voltou 700 pontos, basicamente quem está ditando esse mercado hoje são os fundos, que estão muito bem posicionados no mercado e qualquer notícias hoje fazem o mercado subir, como fazer cair com força como na semana", comenta o analista. No curto prazo, o especialista acredita que há espaço para o mercado romper novos níveis de preços, podendo chegar entre 160 e 165 centavos de dólar por libra-peso.
Na Bolsa de Nova York (ICE Future US), o contrato com vencimento em julho/21 teve alta de 705 pontos, negociado por 152,80 cents/lbp, setembro/21 tinha alta de 700 pontos, valendo 154,75 cents/lbp, dezembro/21 tinha alta de 695 pontos, valendo 157,35 cents/lbp e março/22 teve alta de 690 pontos, negociado por 159,55 cents/lbp.
Em Londres, o café tipo conilon teve alta de US$ 56 por tonelada, negociado por US$ 1515, setembro/21 tinha alta de US$ 55 por tonelada, valendo US$ 1539. novembro/21 teve alta de US$ 54 por tonelada, negociado por US$ 1556 e janeiro/22 teve valorização de US$ 54 por tonelada, valendo US$ 1569.
Afirma ainda em entrevista ao Notícias Agrícolas, que junto com as condições de oferta e demanda, o produtor do Brasil já vendeu boa parte da safra, o que também ajuda no suporte dos preços. "Você não tem novos contratos de venda para pressionar o mercado pra baixo, então sobe muito fácil com pouco volume. A gente acredita que agora o mercado internacional está tendo conhecimento real da seca que nós enfrentamos", acrescenta.
A colheita do café arábica já começou para alguns produtores e a condição do parque cafeeiro segue sendo bastante preocupante. Há relatos de grãos chochos, além da espera de uma quebra na safra de qualidade do Brasil. "Se tiver uma quebra de 10,15% de qualidade, o Brasil deve produzir entre 40,45 milhões de sacas, e esse também é um número altista para o mercado", comenta. O especialista alerta ainda para a consequência da seca na safra 22. "O que vai acontecer que os estoques você tem na Europa e nos Estados Unidos serão consumidos, aguardando a safra do ciclo 22/23", comenta.
Confira a análise completa no vídeo acima
No Brasil, o mercado físico acompanhou e também encerrou com valorização nas principais praças produtoras do país.