Clima irregular deve afetar tamanho da peneira, reduzir o açúcar do grão e impactar diretamente na safra 21 de cafés especiais

Publicado em 23/04/2021 15:42 e atualizado em 23/04/2021 17:22
Presidente da BSCA afirma que ainda é cedo para mensurar tamanho da quebra em relação à safra do ano passado, mas chuva abaixo do ideal continua preocupando e prejudicando produção
Guilherme Salgado Rezende - Presidente da BSCA

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Entrevista com Guilherme Salgado Rezende - Presidente da BSCA sobre Cafés Especiais

 

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Apesar de ainda não ser possível mensurar os impactos para a produção de cafés especiais na safra 21 do Brasil, com as condições de clima adverso, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) está atenta aos impactos climáticos para  produção deste ano. O Brasil vem de uma safra positiva tanto na quantidade, mas também na qualidade do café do ano passado e além da quebra natural da bienalidade, a produção está sendo severamente afetada pelo clima fora do ideal. 

Segundo Guilherme Salgado Rezende, presidente da BSCA, apesar dos cafés produzidos em áreas de alta altitude sentirem menos os impactos das altas temperaturas, a chuva irregular afetou a florada, que consequentemente está afetando a maturação dos grãos, que deve acontecer de forma irregular, diferente do ano passado quando o clima foi expecional para a boa produção. 

Além disso, o presidente destacou ainda que desde a segunda quinzena de março não chove no parque cafeeiro, aumentando ainda mais o risco de quebra de qualidade na safra 21.

"No período de granação e maturação, então a gente não sabe o quanto isso vai afetar essa granação e afetando essa granação, ela vai afetar diretamente os cafés especiais. Na hora que afetar vai reduzir peneira, reduz volume de cafés especiais e na maturação, ele acelera a maturação, diminuindo o açúcar, diminuindo a qualidade do café também, mas ainda é um pouco cedo para quantificar", acrescenta. 

O clima fora do padrão ideal também deve pesar no bolso de produção. Por conta da irregularidade na maturação do grão, Guilherme acredita que a colheita deste ano fique entre 20% e 30% mais caro em relação ao ano passa. A partir de agora, o produtor segue esperando por precipitações mais expressivas para ajudar na fase final de granação do café e repor a reserva hídrica. 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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