Café: Restrições da Covid e estoques bem abastecidos lá fora derrubam os preços nesta terça-feira (30)
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Entrevista com Haroldo Bonfá - Analista de Mercado e Diretor da Pharos Consultoria sobre o Mercado do Café
A terça-feira (30) foi um dia de quedas expressivas para o mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Segundo Haroldo Bonfá, analista de mercado da Pharos Consultoria, o mercado rompeu níveis importantes de preços, fechando o pregão com negociações abaixo de 124 cents/lbp.
Maio/21 teve queda de 445 pontos, negociado por 122,60 cents/lbp, julho/21 registrou baixa de 440 pontos, valendo 124,65 cents/lbp, setembro/21 teve queda de 440 pontos, valendo 126,60 cents/lbp e dezembro/21 teve baixa de 435 pontos, valendo 129 cents/lbp.
De acordo com Haroldo, sem grandes novidades, o mercado segue reagindo ao avanço de contaminação e restrições mais severas de circulação em importantes polos consumidores. Com estoques abastecidos, operadores em Nova York acreditam que o consumo de café possa ser afetado.
A análise internacional do site Barchart, também destacou a pandemia como principal fator de baixa para os preços. "Os preços do café também estão sofrendo uma pressão de queda devido à preocupação de que um ressurgimento de infecções por Covid possa levar a restrições mais rígidas que manterão restaurantes e cafeterias fechados por mais tempo", comentou a publicação.
Ainda de acordo com a análise, amédia de 7 dias de novas infecções por Covid nos EUA subiu para 66.182 na segunda-feira, o máximo em 4 semanas. Além disso, a média de 7 dias de novas infecções por Covid na Alemanha subiu para 16.379 na segunda-feira
Outro ponto importante, é desvalorização do dólar ante ao real. Com a moeda americana valorizada, a tendência é de pressão para os preços nas bolsas. É importante ressaltar que o fechamento do pregão em Nova York, acontece antes do fechamento do dólar aqui no Brasil.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon acompanhou e também teve um dia de baixas.
Maio/21 teve queda de US$ 28 por tonelada, valendo US$ 1348, julho/21 teve baixa de US$ 24 por tonelada, negociado por US$ 1373, setembro/21 teve baixa de US$ 21 por tonelada, valendo US$ 1394 e novembro/21 teve queda de US$ 21 por tonelada, negociado por US$ 1410.
Em relação ao mercado de conilon, Haroldo destacou que a colheita já está para começar no Brasil, mas descartou uma queda muito expressiva com a entrada da safra, considerando que o mercado está bem vendido. Alerta, no entanto, que o problema no Canal Suez, impactando diretamente os embarques do Vietnã, pode abrir uma nova oportunidade de negócios para o Brasil. Caso o abastecimento seja de fato afetado, as exportações do Brasil poderiam ser ampliadas.
No Brasil, o mercado físico registrou baixas em algumas praças produtoras.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 3,57% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 730,00. Varginha/MG registrou baixa de 2,25%, negociado por R$ 738,00, Franca/SP registrou baixa de 2,67%, negociado por R$ 730,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 3,13% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 775,00 e Varginha/MG registrou a mesma variação, negociado também por R$ 775,00 e Campos Gerais/MG registrou baixa de 3,09%, valendo R$ 785,00.