Café: Mercado físico tem alta de 30% entre fevereiro e abril: Aumento do consumo em casa pressionou preços

Publicado em 30/04/2020 16:57
Em Nova York os valores também tiveram um aumento significativo, de 10%. Para analista, cenário é ideal para travas no mercado futuro
Guilherme Morya - Analista da Rabobank

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Entrevista com Guilherme Morya - Analista da Rabobank sobre o Mercado do Café

 

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Após registrar aumento de consumo doméstico do café tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos, os preços do café também registraram altas significativas tanto no mercado futuro na Bolsa de Nova York (ICE Future US), quanto no mercado físico brasileiro. Segundo Guilherme Morya, analista da Rabobank, em NY entre fevereiro e os dias atuais foram registradas altas de 10% e valorização de 30% durante o mesmo período no mercado físico brasileiro. 

"Apesar de algumas quedas, o momento é favorável para vendas no mercado futuro e é o momento para aproveitar as travas de preço", afirma o analista. As preocupações com embarques - que antes geravam grande incerteza ao setor, com o cenário atual já não devem impactar de maneira tão negativa os preços. O mercado segue atento para a situação, mas também já entendeu que o Brasil está prestes a fazer uma boa colheita e que os embarques não devem ser afetados. 

A tendência agora é que o mercado continue apresentando instabilidade e por isso, sessões com quedas não estão descartadas. "O dólar teve uma valorização de 40% neste ano e o câmbio deve continuar apresentando volatilidade e isso também vale para o café", afirma. A expectativa ainda é que o consumo de café continue apresentando bons números, além da possibilidade da flexibilização em países como Europa e Estados Unidos, que podem ajudar a pressionar os preços para cima, indicando que não haverá sobra de café no mercado. 

Já no mercado interno, os valores são ainda mais positivos para o produtor. De acordo com o analista, após enfrentaro o ano de 2019 em queda e com preços abaixo do necessário, os valores em reais também tiveram uma valorização expressiva no primeiro trimestre do ano, com 30% de alta nas principais praças produtoras do país. Os dados são contabilizados com base nos preços do Cepea. 

"A questão da demanda ela influenciou em um curto prazo, porque a gente zerou o consumo fora do lar e a gente percebeu uma movimentação dos consumidores indo pro mercado e comprando café", afirma. As análises, segundo Morya, é com base no aumento do consumo tanto no Brasil, quanto na Europa e nos Estados Unidos. "A gente viu que essa demanda no curto prazo acelerou o consumo, mas também acelerou o movimento de alguns importadores", destaca.

Veja a entrevista completa no vídeo acima

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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